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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Seca: o pior está por vir

Foto: Google Imagens
Do Jornal do Commercio (Sheylla Borges)
maiscasinhas@yahoo.com.br

Ao final da reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, ontem, onde os governadores do Nordeste debateram o problema da seca com a equipe de Dilma Rousseff, em Fortaleza, o sentimento geral foi de frustração. Apesar da presidente ter anunciado a liberação de mais R$ 9 bilhões para ações emergenciais de combate ao problema, que afeta 1.145 municípios, 132 deles em Pernambuco, o governo federal não fez o principal, que era desburocratizar o envio de verbas, equipamentos e alimentos para que as prefeituras, que estão lá na ponta, possam dar a assistência mais rápida à população atingida. Os equipamentos prometidos chegam apenas em dezembro.

Causou surpresa ainda as palavras de Dilma que revelaram o seu espanto em relação à gravidade do problema, como se o governo não tivesse acesso a informações que apontavam ser esta a pior estiagem dos últimos 40 anos. O governo tem tecnologia, o que faltou foi agilidade, justamente a tal burocracia, e vontade política, não só da União, mas de Estados e municípios, que investem pouco em educação para se conviver com a seca. 

Sem essa estratégia, continuamos a esperar por ações que apaguem o incêndio e submetidos à burocracia, que pode ajudar a controlar, mas termina causando mais problemas. O milho enviado nos últimos 12 meses, por exemplo, demorou tanto para chegar às propriedades rurais que a quantidade equivaleu ao que deveria ter sido repassado em 45 dias. É fé e luta porque o pior está por vir. O ano no Sertão está perdido, a previsão é de chuva zero.