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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Dilma, abra o Palácio para o sol

Após oferecer instalação de painéis solares de graça à presidenta Dilma Rousseff, ativistas do Greenpeace vão até o Palácio do Planalto para selar acordo
Ação do Greenpeace oferece instalação de painéis solares no Palácio do Planalto (©Greenpeace)
Do Greenpeace
charlesnasci@yahoo.com.br

Promessa é dívida. O Greenpeace foi até o Palácio do Planalto para cumprir o convite que fez à presidenta Dilma Rousseff na última quarta-feira (22) para instalar painéis solares de graça no telhado do endereço presidencial. Ativistas vestidos de técnicos eletricistas desceram de um caminhão carregando placas solares em frente ao Palácio do Planalto, indicando que a organização está pronta para começar a instalação. O Greenpeace quer selar um acordo com a presidenta para que ela dê o exemplo e mostre que a energia solar não apenas deve ser incentivada, como também deve ser tratada como a principal fonte energética do futuro. Ao final do protesto, representantes do Greenpeace foram recebidos pela Secretaria-Geral da Presidência para protocolar o pedido de solarização do Palácio do Planalto.

As mensagens "Dilma, o Brasil precisa de energia positiva. Solar no Planalto: nós instalamos" cobriam a estrutura do caminhão e cobravam uma resposta positiva à proposta do Greenpeace. "Um 'sim' da parte do governo federal é a indicação que queremos. A energia solar precisa receber a atenção que merece", diz Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. "O Brasil tem vocação natural para a energia solar e pode alcançar 1 milhão de telhados com placas solares até 2020 mas, para isso, precisa que certas medidas sejam agora."

Hoje, um dos principais entraves para o desenvolvimento da energia solar é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo que incide sobre o valor bruto do consumo de um micro e minigerador de energia. Na prática, os ganhos de alguém que gera sua própria energia são cerca de 20% menores do que poderiam ser. Se a forma como o tributo incide fosse alterada, o Brasil poderia ter 55% a mais de sistemas conectados na rede, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

"Queremos que a Dilma dê o sinal de que precisamos investir em energia solar e que esta pode ser a solução para a crise energética do País", diz Rubim. "A instalação que oferecemos é um ato simbólico e, com ele, desafiamos o governo federal a presentar o Brasil e incentivar o desenvolvimento de energia limpa e renovável." Precisamos pressionar a presidenta para que ela diga sim e deixe-nos instalar placas solares no Palácio do Planalto. Queremos provar que a energia solar é a energia do futuro.