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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Lula: "Se eu for proibido de ser candidato, estará se montando uma fraude"

Seis dias antes de decisivo julgamento em Porto Alegre, ex-presidente rejeita acusações. Petista promete recorrer, caso condenado, para seguir sendo candidato ao Planalto de novo
Ex-presidente Lula, durante entrevista em
São Paulo (Foto: Toni Pires/Divulgação)
Do EL PAÍS
charlesnasci@yahoo.com.br

Luiz Inácio Lula da Silva diz que não conhece “a palavra desistir” porque uma das coisas que lhe ensinou sua mãe foi que é preciso "teimar sempre". Após duas horas de conversa, fica claro que Lula deu ouvidos à sua mãe e que vai teimar até o fim. "Eu estou muito motivado, e uma das coisas da minha motivação é a minha honra", comenta. "Eu acho que essas pessoas que estão lidando com o meu processo não me conhecem direito. Se me conhecessem, não teriam a coragem e a desfaçatez de dizer que eu sou ladrão. Como eu tenho orgulho de tudo o que eu fiz, eu quero que um dia eles peçam desculpas para mim. Ou peçam desculpas para o povo brasileiro".

Seis dias antes do decisivo julgamento em Porto Alegre sobre a condenação do juiz Sérgio Moro, o ex-presidente insiste que o processo não tem fatos contra ele, que ninguém conseguiu provar que o tríplex do Guarujá seja dele. Em reunião com jornalistas internacionais nesta quinta-feira no Instituto Lula em São Paulo, o líder petista avisa que continuará com seus planos políticos e eleitorais seja qual for a decisão do tribunal superior no próximo dia 24.

Lula não deixa dúvidas: quer brigar até o último recurso - ainda que há quem aposte que ele pode desistir na reta final e passar o bastão a um outro candidato. Para depois do Carnaval, já prepara uma nova caravana pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nas fronteiras com os países vizinhos quer aproveitar para fazer atos com os ex-presidentes José Mujica, Cristina Kirchner e Fernando Lugo. Ele antecipa onde vai acabar a périplo: "Em Curitiba, onde tem um lugar chamado de Boca Maldita".