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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Evangélicos não trocam Bolsonaro por Lula, apesar de aborrecidos com governo, mostra Datafolha


Da FOLHA DE PERNAMBUCO - Rodrigo Barros
charlesnasci@yahoo.com.br

Não houve gesto terrivelmente evangélico capaz de brecar a queda na popularidade de Jair Bolsonaro nessa parcela religiosa do eleitorado. De janeiro para cá, a aprovação do presidente levou um tombo considerável num dos segmentos que ele mais corteja. Hoje, 29% dos evangélicos consideram seu governo ótimo ou bom. Eram 40% no começo do ano.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, não conseguiu tirar uma casquinha da sangria de Bolsonaro nesse segmento.

A mesma pesquisa Datafolha que a detectou mostra o petista, que deverá polarizar com o presidente a disputa de 2022, com 44% das intenções de voto no segundo turno contra 43% de Bolsonaro –manteve-se, portanto, o empate técnico aferido em sondagens passadas. O presidente manteve no primeiro turno a preferência de 38% dos eleitores dessa religião, considerada a principal simulação feita pelo instituto. Lula variou de 37% para 34%. Dentro da margem de erro para o voto evangélico, de três pontos para mais ou para menos, os dois ainda lutam de igual para igual.

Há algumas abas a abrir a partir dessa janela revelada pelo Datafolha:
1) Bolsonaro anda para cima e para baixo com seu núcleo duro de pastores capitaneado por Silas Malafaia, como se a perspectiva de uma guerra santa entre "nós, os cidadãos de bem", e "eles, os depravados comunistas", bastasse para garantir o apoio desse grupo. Mas há outros fatores em jogo, e os índices econômicos merecem destaque para lembrar que o evangélico não vota só com a Bíblia embaixo do sovaco. Sobretudo quando falta feijão no prato.

2) E o Lula, hein? Esse eleitorado devoto já lhe teve em alta conta, preferindo-o ao tucano Geraldo Alckmin em 2006. Mas, hoje, nem a piora na avaliação do principal adversário do petista amoleceu parte do eleitorado evangélico.

Embora tenha um desempenho semelhante ao do presidente entre os evangélicos, Lula enfrenta uma rejeição acima da média nessa fração populacional: 47% deles dizem que não votariam no petista de jeito nenhum. Considerando o conjunto total de eleitores, esse índice é de 38%. Já a antipatia a Bolsonaro é mais suave no grupo: 44% não cogitam escolher o capitão reformado nas urnas, bem abaixo de seus 59% na média nacional.

O levantamento do Datafolha foi realizado nos dias 13 a 15 de setembro, com 3.667 pessoas entrevistadas presencialmente em 190 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos, considerada a amostra total de entrevistados.

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