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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Tarcísio é o único capaz de derrotar Lula em 2026

Do BLOG DE EDMAR LYRA
charlesnasci@yahoo.com.br

A pesquisa Datafolha divulgada no último sábado trouxe um diagnóstico claro sobre o estado atual da disputa presidencial de 2026: Lula segue líder, mas a oposição finalmente encontrou um nome com capacidade real de competitividade nacional — Tarcísio de Freitas. Em meio a um campo bolsonarista fragmentado e a um ex-presidente inelegível que ainda domina o imaginário da direita, o governador de São Paulo desponta como o único capaz de reduzir a distância para o petista a um patamar que altera o tabuleiro político.

Os números falam por si. No segundo turno, enquanto Lula abre 15 pontos sobre Flávio Bolsonaro (51% a 36%) e mantém vantagem semelhante contra Eduardo Bolsonaro (52% a 35%) e Michelle (50% a 39%), Tarcísio leva a disputa para um cenário de disputa real: 47% a 42%. Uma diferença de apenas cinco pontos dentro da margem operacional da política — e, sobretudo, representando menos da metade da rejeição que Lula acumula hoje. Trata-se de uma fotografia importante, porque indica que o eleitor moderado, especialmente o do Sudeste, vê em Tarcísio um antagonista menos radical, mais técnico e com menor desgaste do que os representantes diretos do bolsonarismo.

Não é por acaso que Tarcísio aparece também bem posicionado nos cenários de primeiro turno. No recorte testado com o governador paulista, Lula marca 41%, mas o ex-ministro já alcança 23%, deixando os demais oposicionistas a uma distância considerável: Ratinho Jr. com 11%, Caiado com 6% e Zema com 3%. Esse retrato evidencia que, na prática, existe hoje um "segundo andar" da disputa concentrado em Tarcísio, capaz de consolidar votos tanto do eleitor anti-PT quanto do segmento liberal que rejeita a retórica conflitiva da família Bolsonaro.

O contraste é ainda mais evidente quando se observa o desempenho dos nomes indicados pelo próprio Jair Bolsonaro para sua sucessão. Flávio aparece com 18% no primeiro turno; Michelle, dependendo do cenário, oscila entre 18% e 24%. Embora mantenham um patamar relevante, ambos ficam atrás de Tarcísio — que sequer está formalmente colocado como pré-candidato. Isso reforça a tese de que, apesar da força eleitoral do bolsonarismo, o eleitor conservador busca um nome com mais lastro administrativo, menos rejeição e maior apelo entre indecisos.

Outro ponto central revelado pela pesquisa é o tamanho do problema que Lula enfrenta no desgaste acumulado de seu governo. Mesmo liderando todos os cenários, o petista não consegue ultrapassar a barreira dos 52% em nenhuma simulação de segundo turno, e vê Tarcísio chegar ao patamar dos 42%. Com uma rejeição superior ao dobro da registrada pelo governador paulista, Lula entra em 2026 sabendo que seu maior adversário pode não ser o bolsonarismo puro, mas sim uma nova versão do antipetismo moderado — e esse espaço tem hoje nome, sobrenome e endereço político em São Paulo.

Em resumo, o Datafolha de sábado não apenas mediu intenções de voto; ele redesenhou o mapa da sucessão. Tarcísio de Freitas emerge como o único nome capaz de ameaçar a hegemonia lulista, dialogar com vários espectros da direita e enfrentar o segundo turno com competitividade real. Se conseguirá manter essa trajetória até 2026 é outra história — mas o fato é que, neste momento, ele é o adversário que o PT não gostaria de ter.