DA FOLHA DE PERNAMBUCO (Inaldo Sampaio)
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Foi-se o tempo em que os ricos do Brasil abominavam partidos de esquerda. Com raras e honrosas exceções, eles consideravam esses partidos redutos de políticos radicais, interessados na conquista do poder para confiscar-lhes os bens a fim de redistribuí-los com as classes mais pobres. Todavia, a candidatura de Lula a presidente da República em 2002 e a divulgação pelo PT da “Carta aos Brasileiros”, prometendo respeito aos contratos e ao regime capitalista, desfez aquela imagem esteriotipada.
Hoje, militam no PT empresários de vários tamanhos. E mesmo alguns que não são filiados, como Abílio Diniz, do “Pão de Açúcar”, envolveram-se abertamente nas campanhas do partido pela vitória de Lula em 2002 e 2006, e de Dilma Rousseff em 2010. O PSB também tem sua quota de grandes empresários, apesar de ter perdido recentemente o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, genro de um jordaniano rico que não tem mais onde guardar dinheiro.
Porém, dos novos filiados ao PSB ninguém supera em poderio econômico o empresário goiano José Batista Júnior, do grupo JBS-Friboi, maior frigorífico do mundo, com faturamento anual de R$ 50 bilhões. O grupo tem negócios no Brasil, Argentina, EUA e Austrália. Mas seu presidente não estava feliz só com os negócios e resolveu filiar-se ao PSB para disputar o governo de Goiás. Contente, o presidente nacional do partido, Eduardo Campos, fez questão de ir a Goiânia abonar sua ficha de filiação.