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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"Não há orientação de evitar gravidez", diz médica sobre microcefalia

Funcionário do Ministério da Saúde teria recomendado não engravidar. Pernambuco teve 141 casos esse ano - dez vezes mais do que em 2014
Neuropediatra Ângela Rocha e infectologista Regina Coeli, do HUOC, explicaram detalhes sobre a microcefalia (Foto: Penélope Araújo/G1)
Do G1 (Penélope Araújo)
charlesnasci@yahoo.com.br

"Não tem nota oficial do Ministério da Saúde nem do Governo do estado dizendo 'não engravide'. São precauções. Mas se for uma gravidez programada, talvez não seja o momento ideal", disse a médica Maria Ângela Rocha, chefe da infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife. Ela e Regina Coeli, infectologista do HUOC, concederam entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (13) repercutindo o aumento repentino nas ocorrências de microcefalia em bebês.

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Na quinta-feira (12), um alto funcionário do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, disse: "Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado". No entanto, em nota divulgada nesta sexta (13), o Ministério da Saúde afirmou: "Não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez". O comunicado contém ainda uma lista de recomendações para as gestantes, como fazer acompanhamento prenatal, não ingerir bebidas alcoólicas e não tomar remédios que não tenham sido liberados pelos médicos. O texto sugere ainda cuidados para evitar a ação de mosquitos.

Uma equipe da vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde está em Pernambuco, também avaliando a situação, indo a maternidades e aplicando questionários nas mães, por exemplo. Esses dados ficarão em uma base e são utilizados pelas equipes que investigam o que pode ter causado o aumento no número de casos. De acordo com Maria Ângela, os 141 casos de microcefalite registrados esse ano em Pernambuco -- contra apenas 12 em 2014 -- estão distribuídos em 42 municípios. "O número ainda está aumentando progressivamente", analisa. Além dos 141, há novos casos chegando de acordo com Maria Ângela. O HUOC trata atualmente 40 crianças com o problema.

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