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quarta-feira, 16 de março de 2016

CIÊNCIA I Bilionário russo quer transferir seu cérebro para computador e 'imortalizá-lo'

Bilionário sonha com imortalidade (Foto: Divulgação/Reprodução)
Da BBC BRASIL
charlesnasci@yahoo.com.br

"Nos próximos 30 anos, farei com que todos nós possamos viver para sempre".

A ambiciosa frase é do bilionário russo Dmitry Itskov, que promete dedicar seu tempo e fortuna para o projeto de transferir mentes humanas para um computador. "Estou 100% confiante de que isso vai acontecer, ou não teria iniciado tudo isso", explica Itskov, de 35 anos, que diz ter deixado o mundo dos negócios para se dedicar ao que ainda soa como um filme de ficção científica. A morte é inevitável, pelo menos até agora, porque as células que formam nosso corpo perdem a capacidade de regeneração à medida que envelhecemos, o que nos deixa mais vulneráveis a doenças cardiovasculares e outras condições relacionadas ao processo de envelhecimento.
Cientista diz que é cedo para ridicularizar Itskov (Foto: Divulgação/Reprodução)
Itskov está investindo parte de sua fortuna em um plano que concebeu para tentar "driblar" a passagem do tempo. Ele quer usar a ciência para desvendar os segredos do cérebro humano e fazer o upload para um computador, o que livraria a mente de indivíduos das restrições biológicas do corpo. "O objetivo final é transferir a personalidade da pessoa para um corpo completamente novo", explica o russo, fã de ficção de científica. Mas como ele planeja tornar o plano realidade? O neurocientista Randal Koene, que já trabalhou no Centro de Estudos da Memória e do Cérebro da Universidade de Boston (EUA), é o diretor científico do projeto de Itskov e ridiculariza sugestões de que o russo teria perdido a noção de realidade.
Bilionário não se preocupa com questões éticas (Foto: Divulgação/Reprodução)
"Toda a evidência que temos até agora parece dizer que (a transferência) é possível. É extremamente difícil, mas é possível. Sendo assim, você pode até dizer que alguém como Itskov é um visionário, mas não louco. Porque isso implicaria pensar que se trata de algo impossível", diz Koene. A possibilidade teórica a que Koene se refere está baseada em como nossos cérebros funcionam - algo que a ciência ainda não respondeu. Nossos cérebros são feitos de 86 bilhões de neurônios, células que enviam informações umas às outras por meio de descargas elétricas. Mas como o cérebro gera a mente ainda é um dos maiores mistérios da ciência, de acordo com o neurobiólogo Rafael Yuste, da Universidade Colúmbia (EUA). "O desafio é exatamente como sairmos de uma conjunção de células conectadas no interior do cérebro para o mundo mental - pensamentos, memórias e sentimentos", explica.

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