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domingo, 13 de março de 2016

OPINIÃO I Com multidão nas ruas, Dilma chega ao ponto de maior fragilidade

Foto: Google Imagens/Reprodução
Do G1 (Cristiana Lôbo)
charlesnasci@yahoo.com.br

A multidão nas ruas neste domingo (13) – ainda sem ver o ponto alto das manifestações em São Paulo – deve provocar consequências no Congresso e aprofundar a crise política. Com isso, a depender da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito do processo de impeachment, o governo chega ao ponto de maior fragilidade e correndo risco real de sobrevivência. Isso vai pressionar ainda mais a presidente a ter respostas para as crises política e econômica – o que ela não conseguiu até agora. A pergunta que fica é: terá Dilma forças para se reinventar?

Nos últimos dias, aconteceu uma conjunção de fatores negativos para o governo: desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, levando o ex-presidente para dentro da operação Lava Jato; até a reaproximação do PMDB com o PSDB em busca de uma saída para a crise e, por fim, a convenção do PMDB em que o principal partido aliado já avisa que está deixando o barco. Ou seja, Dilma pode perder dois dos principais pilares de apoio: o ex-presidente Lula e o PMDB. 

A esta altura do dia, o governo já reconhece a dimensão que ganhou a manifestação deste domingo em várias capitais e celebra o fato de a presidente ter acertado quando fez um pedido para que as pessoas fossem em paz para as ruas, sem agressões ou violências. Se é que num cenário desses pode haver um ponto positivo, este pode ser um – ela ter acertado na comunicação. Autoridades do governo agiram para pedir que movimentos sociais evitassem ir para as ruas e evitassem o risco de confronto. Até aqui, sem uma manifestação oficial do governo. Apenas com o reconhecimento de que é inquestionável a mensagem dada pelas ruas. A manifestação popular neste domingo.