A judoca carioca Rafaela Silva, 24 anos, conquistou a única medalha de ouro até agora nos Jogos Olímpicos 2016 (Foto: Google Imagens/Reprodução) |
Do DIARIO DE PERNAMBUCO
charlesnasci@yahoo.com.br
Nenhuma palavra combina mais com Jogos Olímpicos do que superação. A cada quatro anos, o mundo passa a olhar atentamente para os casos que mostram a vitória do esforço e da fé sobre as adversidades, como se a medalha conquistada por quem preferiu enxergar o pódio e não as próprias desventuras tivesse mais valor, merecesse apoio maior. E é mesmo assim. Basta observar a torcida por atletas como a nadadora síria Yusra Mardini, da delegação dos refugiados, considerada heroína pelo menos para as mais de dez pessoas que ajudou a salvar quando o barco no qual viajava com a irmã Sarah, lotado de pessoas decididas a fugir dos horrores da guerra no país, começou a afundar no meio do Mediterrâneo.
Pulou na água, junto com a irmã, nadou por três horas até a Grécia puxando a embarcação por cordas e foi desta forma que realizou sua maior façanha, recebendo da vida, como recompensa, a sobrevivência e a chance de participar da edição carioca dos Jogos. As duas saíram de Damasco em abril de 2015, passaram pelo Líbano, a Turquia, onde apanharam o barco, e acabaram acolhidas pela Alemanha. Yusra não cabia em si de contentamento quando participou da abertura da festa e competiu nos 100 metros borboleta. Não ganhou medalhas, mas recebeu o carinho e o apoio de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo.
Nenhuma palavra combina mais com Jogos Olímpicos do que superação. A cada quatro anos, o mundo passa a olhar atentamente para os casos que mostram a vitória do esforço e da fé sobre as adversidades, como se a medalha conquistada por quem preferiu enxergar o pódio e não as próprias desventuras tivesse mais valor, merecesse apoio maior. E é mesmo assim. Basta observar a torcida por atletas como a nadadora síria Yusra Mardini, da delegação dos refugiados, considerada heroína pelo menos para as mais de dez pessoas que ajudou a salvar quando o barco no qual viajava com a irmã Sarah, lotado de pessoas decididas a fugir dos horrores da guerra no país, começou a afundar no meio do Mediterrâneo.
Pulou na água, junto com a irmã, nadou por três horas até a Grécia puxando a embarcação por cordas e foi desta forma que realizou sua maior façanha, recebendo da vida, como recompensa, a sobrevivência e a chance de participar da edição carioca dos Jogos. As duas saíram de Damasco em abril de 2015, passaram pelo Líbano, a Turquia, onde apanharam o barco, e acabaram acolhidas pela Alemanha. Yusra não cabia em si de contentamento quando participou da abertura da festa e competiu nos 100 metros borboleta. Não ganhou medalhas, mas recebeu o carinho e o apoio de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo.
Mas um exemplo muito próximo inflou o orgulho nacional, dando ao país a única medalha de ouro, até agora, nos Jogos. Porém, não apenas pelo lugar mais alto do pódio. A história da judoca Rafaela Silva, 24, nascida na Cidade de Deus, a poucos quilômetros de onde competia, fez com que a torcida se mostrasse mais apaixonada e vibrante, afinal, estava ali uma menina que era a cara do Brasil: negra, com o talento forjado pela adversidade, marrenta e nascida em uma favela onde a violência rendeu até filme. Sem dar um sorriso até vencer todas as adversárias, expôs a ausência do poder público e evidenciou os milagres que projetos sociais como o do judoca Flávio Canto, criados para suprir essa lacuna, podem produzir.
Bater palmas para todos e torcer com o coração é o mínimo, porque, na verdade, o que cada um deles espera é ver o exemplo transformado em apoio real para as futuras gerações de atletas. Sim, pois o esporte não significa apenas uma alternativa para salvar de práticas sociais ruins - ele estimula no indivíduo todo o potencial que possui para transformar a sua e outras realidades.