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Representantes de associações, do Sindicato de Trabalhadores Rurais e da Prefeitura de Casinhas participaram, nos dias 29 e 30 de julho, do Encontro Territorial Saberes do Semiárido, no Santuário das Comunidades, em Caruaru — marcaram presença no evento Marcela Soares e Valdiane Duda (Secretaria de Agricultura de Casinhas e CMDRS), Iana Karla e Fátima do Sindicato (STR Casinhas), Lêu do Junco (Associação dos Moradores do Junco), Dona Branca (Associação dos Agricultores de Gruta Funda), Dedé de Serra Verde (Associação dos Agricultores de Serra Verde) e Dona Lala (Associação dos Agricultores do Catolé de Mitonho).
Representantes de associações, do Sindicato de Trabalhadores Rurais e da Prefeitura de Casinhas participaram, nos dias 29 e 30 de julho, do Encontro Territorial Saberes do Semiárido, no Santuário das Comunidades, em Caruaru — marcaram presença no evento Marcela Soares e Valdiane Duda (Secretaria de Agricultura de Casinhas e CMDRS), Iana Karla e Fátima do Sindicato (STR Casinhas), Lêu do Junco (Associação dos Moradores do Junco), Dona Branca (Associação dos Agricultores de Gruta Funda), Dedé de Serra Verde (Associação dos Agricultores de Serra Verde) e Dona Lala (Associação dos Agricultores do Catolé de Mitonho).
No primeiro dia, mais de 100 pessoas se reuniram para debater a construção de um território agroecológico no Agreste de Pernambuco. Já no dia seguinte, agricultores e agricultoras de 30 famílias montaram 12 barracas na Praça do Marco Zero da cidade e fizeram uma feira agroecológica, repleta de produtos representativos dos municípios ali presentes. Em cada um de seus momentos, o Encontro Territorial do Agreste foi uma grande troca de informações, saberes e produtos.
As atividades foram organizadas pelo Centro Sabiá e protagonizadas por agricultores, agricultoras, jovens, mulheres, gestores públicos e técnicos de diversas cidades da região. Coordenador Executivo da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) pelo estado de Pernambuco e coordenador geral do Centro Sabiá, Alexandre Pires lembrou da necessidade da construção do território agroecológico no Agreste. No entanto, as famílias agricultoras colocaram que um começo fundamental para isso fosse o acesso à terra, através da Reforma Agrária.
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A Coopaf já soma cerca de 30 espécies de sementes crioulas (feijão e fava) e tem como proposta unir agricultores familiares para ainda em 2015 iniciar a comercialização de grãos que são sabidamente saborosos e têm mercado, como o feijão gordo e o crioulo. Mas Antônio Teixeira, além de trocar sementes com Seu Dedé, fez questão de ouvir as histórias do seu colega, que também tem um banco de sementes, mas não vende o feijão e compreende a agricultura como "a única forma de ver a mesa da família completa".
O representante da Cooperativa recebeu algumas sementes de feijão leite, que ele contou que chega a ser vendido por R$800 a saca em algumas feiras de grandes cidades. E prometeu a Seu Dedé lhe arranjar alguns grãos do feijão enxofre, que o agricultor cultivou por muitos anos, mas acabou perdendo por conta da seca e deixando de ter para manter a variedade da sua produção. Apesar de terem perspectivas bastante diferentes na agricultura, ambos tinham uma série de informações para trocar sobre plantio de feijão canapu, copinha, caiana, café, mulatinho de cacho ou da vargem rosa e sobre muitas outras roças que mantém em suas propriedades.
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Na sua simplicidade, Seu Dedé não se nega a fornecer suas sementes selecionadas para seus vizinhos e garantiu: "Na minha casa não gosto de ter pra mim, sempre tem que ter para dividir com os vizinhos e as crianças que aparecem". Apesar das muitas variedades pouco conhecidas, Seu Dedé diz que o seu feijão preferido é um que vem sendo cultivado desde os seus avós. "Essa semente de feijão preto copinha vem dos meus avós, ele parece com o tradicional, mas é menor e muito mais gostoso", afirmou. ·