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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

REPERCUSSÃO: A 'vitória do ódio' para Trump: imprensa mundial prevê catástrofe

"A vitória da raiva", foi a manchete do jornal francês Le Monde, vendo na chegada ao poder de Trump uma vitória que "reforçará os movimentos e líderes populistas de todo o mundo"
Jornal à venda nesta quarta-feira no centro de Londres (Foto: Daniel Leal-Olivas/AFP)
Do DIARIO DE PERNAMBUCO
charlesnasci@yahoo.com.br

Para alguns, uma "tragédia", uma "catástrofe". Para outros, a "vitória da raiva" e "a revanche das pessoas comuns", mas a imprensa mundial concorda em afirmar que a vitória de Donald Trump representa, antes de tudo, o triunfo do populismo e a escolha de um presidente imprevisível. "A vitória da raiva", foi a manchete do jornal francês Le Monde, vendo na chegada ao poder de Trump uma vitória que "reforçará os movimentos e líderes populistas de todo o mundo". E em sua promessa de "tornar a América grande novamente" %u200B%u200Bum sinal "de contenção e isolamento".

"Trumpocalípse", escreveu o jornal francês Libération (esquerda). "Não se enganem: A primeira potência mundial está agora nas mãos da extrema direita. A metade dos americanos votou, com toda a consciência, em um candidato racista, mentiroso, sexista, vulgar, odioso (...) Esta eleição é mais um alerta para aqueles que pensam que Marine Le Pen não pode chegar ao poder na França em 2017".


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À direita, Le Figaro vê "na raiva americana" que levou Trump ao poder "o maior primo das frondes europeias. Esta nova realidade não vai se dissipar como um céu obscurecido por uma noite de combate. Nem numa margem do Atlântico, nem na outra". Na Alemanha, o Süddeutsche Zeitung lamentava "a pior catástrofe possível (...) O inimaginável que se tornou realidade". Em Londres, o Guardian (esquerda) acrescenta: "O povo americano mergulhou no abismo. O próximo presidente é um homem sectário e instável, um predador sexual e um mentiroso inveterado. É capaz de tudo".

O tabloide de direita Daily Mail cumprimentou, por sua vez, "a revanche das pessoas comuns", "uma humilhação para Hillary, para as pesquisas e elites dos negócios e do show business". Na Itália, La Stampa é menos pessimista. Sob o título "Trump, um furacão de raiva e descontentamento", acredita que "a vitória de Trump confirma a vitalidade da democracia americana, capaz de se transformar continuamente", mesmo que isso cause "um dilúvio de incertezas ligado à imprevisibilidade do vencedor". Enquanto isso, acrescentou, "o mundo deve digerir o que aconteceu esta noite: a revolta bate às nossas portas".