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sábado, 16 de abril de 2022

Petistas pressionam Lula e admitem possibilidade de vitória de Bolsonaro

Líderes do PT querem que o ex-presidente coloque a campanha nas ruas, deixe de falar para convertidos e amplie o diálogo com setores moderados do eleitorado

Da VEJA - Daniel Pereira
charlesnasci@yahoo.com.br

Líderes do PT costumam dizer que o partido tem experiência de sobra para saber que ninguém ganha uma eleição de véspera. Apesar dessa retórica, quadros da legenda e aliados do ex-presidente Lula virarram o ano cantando a possibilidade de vitória sobre Jair Bolsonaro (PT) no primeiro turno, com base em pesquisas de intenção de voto que, naquele momento, consideravam tal desfecho possível.
Diante dessas pesquisas, alguns experientes petistas subiram no salto e deram a fatura como liquidada. Foi, como se percebe agora, um tremendo erro de avaliação.

Desde o início de 2022, Bolsonaro tem recuperado popularidade e diminuído a diferença para Lula. Levantamento do PoderData, a partir de entrevistas colhidas entre os dias 10 e 12 de abril, mostrou o petista com apenas 5 pontos percentuais de vantagem sobre o ex-capitão. Já uma sondagem do Ipespe revelou que no Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, os dois favoritos estão em situação de empate técnico, considerando a margem de erro: o ex-presidente tem 34% e o atual mandatário 30%.

Bolsonaro cresceu embalado por medidas do governo destinadas a turbinar a economia e ajudar a população a enfrentar a crise econômica, como o Auxílio Brasil, a antecipação do pagamento de 13º salário a aposentados e pensionistas e a autorização para saque de 1 000 reais nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Outras ações de apelo popular estão em gestação. De cima de seu salto alto, o PT ignorou o poder da caneta presidencial, arma eleitoral que manejou durante 13 anos.

Lula também deu sua contribuição a Bolsonaro ao fazer uma sucessão de declarações desastradas do ponto de vista eleitoral. Além disso, como ocorre desde que deixou a prisão, o petista só prega para convertidos, de artistas a trabalhadores sem terra, passando por sindicalistas. Seu aceno mais visível ao centro foi a escolha do antigo rival Geraldo Alckmin, que trocou o PSDB pelo PSB, para o cargo de vice. Fora isso, sua campanha não saiu do cercadinho, está restrita aos companheiros de sempre e parada no tempo e no espaço, enquanto Bolsonaro avança com a força da máquina pública.

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