Da Folha de Pernambuco
charlesnasci@yahoo.com.br
A dona de casa Maria Estela Miranda, 66 anos, moradora de Surubim, no Agreste, a 123 km do Recife, viu a água sair da torneira pela última vez no dia 13 de setembro passado. Agora, com a ampliação do racionamento para até 28 dias sem o líquido, nem tem ideia de quando vai poder tomar um banho de chuveiro. Seu município está entre os 12 atingidos pela baixa no Sistema Jucazinho. O principal reservatório do Agreste está com apenas 2,7% da sua capacidade. A medida da Compesa para evitar o colapso da barragem afeta 290 mil pessoas. Gente que vinha comprando água para suprir as necessidades. E teme ter que desembolsar ainda mais. "Agora, com mais dias com as torneiras vazias, mesmo economizando vou ter que comprar água mais vezes. E sai muito caro. Não tem dinheiro que chegue", lamentou Maria Estela.
A dona de casa Maria Estela Miranda, 66 anos, moradora de Surubim, no Agreste, a 123 km do Recife, viu a água sair da torneira pela última vez no dia 13 de setembro passado. Agora, com a ampliação do racionamento para até 28 dias sem o líquido, nem tem ideia de quando vai poder tomar um banho de chuveiro. Seu município está entre os 12 atingidos pela baixa no Sistema Jucazinho. O principal reservatório do Agreste está com apenas 2,7% da sua capacidade. A medida da Compesa para evitar o colapso da barragem afeta 290 mil pessoas. Gente que vinha comprando água para suprir as necessidades. E teme ter que desembolsar ainda mais. "Agora, com mais dias com as torneiras vazias, mesmo economizando vou ter que comprar água mais vezes. E sai muito caro. Não tem dinheiro que chegue", lamentou Maria Estela.
Os caminhões-pipa com cerca de 10 mil litros custam, em média, R$ 200. Já um tonel, R$ 50. Mas não há como viver sem água. "A gente tinha abastecimento de 15 em 15 dias. Mas, desde o mês passado, isso não acontece. O meu tanque, que tem quatro mil litros, está quase seco", relatou Eunice Maria da Silva, 70, moradora de Toritama, a 40 km de Surubim. O marido dela, Genivaldo da Silva, 70, reclamou que mesmo sem abastecimento regular as contas da Compesa sempre chegam. "E o mais engraçado é que quando não temos água, a conta chega mais cara", disse.
Além dos domicílios, os comerciantes também apontaram dificuldades diárias e prejuízos. Ainda em Toritama, no lava-jato de Adriano Ferreira, 29, as despesas com a compra de água para a higienização dos carros reduzem cada vez mais os lucros. Já no mercadinho de Maria das Graças, 52 anos, o esforço é não "empurrar" para os preços dos produtos o gasto adicional da compra de água. "Meu gasto mensal para encher as caixas de água e cisterna é de R$ 400."
Serviços - Temendo que o racionamento prejudique o funcionamento das escolas, creches e policlínica municipais, a Prefeitura de Surubim já começou a complementar o abastecimento com caminhão-pipa. A coordenadora de enfermagem da policlínica da cidade, Ana Leão, explicou que a unidade já começou a fazer economia. O centro de material de esterilização e a lavanderia só são acionados em momentos específicos.
Zona Rural - A situação da zona urbana piorou agora, mas na zona rural de muitos municípios a falta de água se arrasta há alguns anos. Lá a escassez se dá tanto pelo esvaziamento dos reservatórios quanto pela falta de encanamentos. Para encher os toneis, caixas de água e cisternas só com caminhões do Exército. Em Surubim, a Operação Pipa iniciou em 2006. São 1.286 famílias atendidas. Tânia Maria da Silva, 49, perdeu o roçado de milho com a seca. "A gente sobrevive porque não tem aonde ir, nem o que fazer", desabafou. "Aqui a água que o Exército traz só é para beber e cozinhar. É difícil porque tem outras coisas da casa que a gente precisa", comentou Terezinha do Nascimento, 74.