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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Eduardo Campos era pago pela Odebrecht por fraudes no porto, na adutora, no presídio, dizem delatores

Morto em acidente aéreo em 2014, quando se candidatou à Presidência, teria recebido, segundo executivos da Odebrecht, recursos ilícitos da empreiteira
Foto: Google Imagens/Reprodução
Do ESTADÃO
charlesnasci@yahoo.com.br

O nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo em Santos, litoral paulista, em 2014, é citado em três inquéritos relacionados às delações dos executivos da Odebrecht enviadas pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Campos, que morreu durante campanha à Presidência da República, aparece como beneficiário de propina em obras em seu Estado. A Justiça vai decretar a extinção da punibilidade do político morto.

Segundo o Ministério Público Federal, os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Carlos Fernando do Vale Angeiras falam em irregularidades associadas a obras vinculadas ao Complexo Industrial Portuário de Suape, no litoral sul de Pernambuco. Os delatores citam ainda o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE), então ministro da Integração Nacional no governo Dilma, entre 2011 e 2013.

Neste caso, a Procuradoria-Geral da República ‘entende ser necessária a efetivação de análise específica e mais aprofundada dos acontecimentos’ e pediu a restituição dos autos do processo ao procurador Rodrigo Janot. Em seu despacho, o ministro Edson Fachin estabeleceu o prazo de 15 dias para uma nova manifestação de Janot.

Em sua delação, Marcelo Odebrecht revela que o então governador de Pernambuco teria autorizado o auxílio da construtora nas obras do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, na época projetado para ser modelo para presídios brasileiros e uma vitrine para Campos. O pessebista teria recebido recursos para sua campanha e distribuição de dividendos de financiamento do BNDES.

Marcelo conta ainda que houve promessa a Eduardo Campos para o pagamento de valores à campanha de Paulo Câmara (PSB), seu sucessor no governo de Pernambuco. O repasse, entretanto, não teria sido efetivado. O depoimento será encaminhado à Justiça Federal em Pernambuco. Continue lendo clicando aqui.