Espetáculo "Suassuna - o auto do Reino do Sol" (Foto: Marcelo Rodolfo/Divulgação) |
charlesnasci@yahoo.com.br
Depois de imergir na musicalidade de Luiz Gonzaga e reviver um clássico de Chico Buarque ("Ópera do malandro"), a companhia Barca dos Corações Partidos decidiu celebrar as nove décadas que Ariano Suassuna (1927-2014) completaria neste ano. Mas, em vez de abraçar a obviedade, adaptando algum clássico do escritor paraibano ou encenando sua biografia, o grupo preferiu criar uma história original, inspirada no imaginário que povoa as obras do autor.
O musical "Suassuna - O auto do Reino do Sol" estreou no Rio de Janeiro, em junho, e chega ao Recife para duas apresentações no Teatro Guararapes, nesta sexta-feira (3), às 21h, e no sábado (4), às 20h. A idealização e produção do espetáculo são da Sarau Agência, comandada por Andrea Alves, que uniu a trupe de atores da Barca a um trio de artistas paraibanos: Bráulio Tavares (dramaturgia), Luiz Carlos Vasconcelos (direção geral) e Chico César (direção musical).
Depois de imergir na musicalidade de Luiz Gonzaga e reviver um clássico de Chico Buarque ("Ópera do malandro"), a companhia Barca dos Corações Partidos decidiu celebrar as nove décadas que Ariano Suassuna (1927-2014) completaria neste ano. Mas, em vez de abraçar a obviedade, adaptando algum clássico do escritor paraibano ou encenando sua biografia, o grupo preferiu criar uma história original, inspirada no imaginário que povoa as obras do autor.
O musical "Suassuna - O auto do Reino do Sol" estreou no Rio de Janeiro, em junho, e chega ao Recife para duas apresentações no Teatro Guararapes, nesta sexta-feira (3), às 21h, e no sábado (4), às 20h. A idealização e produção do espetáculo são da Sarau Agência, comandada por Andrea Alves, que uniu a trupe de atores da Barca a um trio de artistas paraibanos: Bráulio Tavares (dramaturgia), Luiz Carlos Vasconcelos (direção geral) e Chico César (direção musical).
"Nesse momento em que nos juntamos para reverenciar Ariano, é como se a Paraíba fosse o centro do mundo. Ficamos muito felizes em poder apresentar ao público de todo o Brasil o que é um musical visto pelo viés da nossa cultura", comemora Luiz Carlos. "Antes mesmo de entrar nesse projeto, eu já era 'arriado os quatro pneus' por Ariano e pela defesa que ele fez do Nordeste, apoiado no conhecimento amplo que tinha da cultura universal", confessa o encenador.
O elenco é formado por sete atores, entre eles, o pernambucano Eduardo Rios. Antes de subir ao palco, os intérpretes passaram por um período de preparação que envolveu oficinas circenses e visitas a lugares como a casa de Ariano, no Recife, e sua fazenda em Taperoá, na Paraíba. Foi durante os ensaios que os textos e as canções do espetáculo ganharam forma.
O enredo da peça é construído a partir da história de um circo itinerante. A equipe viaja pelo Sertão, em busca da Vila de Taperoá, onde participarão de uma festa em homenagem a Suassuna. No entanto, eles se perdem na estrada e acabam se aproximando do vale O Soturno, local ocupado por retirantes da seca e dominado por duas famílias rivais.
O enredo da peça é construído a partir da história de um circo itinerante. A equipe viaja pelo Sertão, em busca da Vila de Taperoá, onde participarão de uma festa em homenagem a Suassuna. No entanto, eles se perdem na estrada e acabam se aproximando do vale O Soturno, local ocupado por retirantes da seca e dominado por duas famílias rivais.
Espetáculo "Suassuna - o auto do Reino do Sol" (Foto: Marcelo Rodolfo/Divulgação) |
"É uma trama inédita, mas ninguém tem dúvidas de quem estamos falando. Conseguimos condensar todo esse universo, fazendo um garimpo de todas as obras e personagens do autor, além das referências que foram fundamentais na sua formação, como Shakespeare e Cervantes", conta Luiz Carlos Vasconcelos. A figura do palhaço, representada em muitos dos textos do escritor como mestre de cerimônias, norteia a encenação. "Ariano era palhaço na sua essência, porque era sincero em tudo o que ele dizia ou escrevia", afirma.