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domingo, 26 de novembro de 2017

O fenômeno Huck

Pesquisa envolvendo o apresentador da TV Globo e possível candidato à presidência do país é o grande destaque de capa da revista Istoé deste final de semana (Imagem: Istoé/Divulgação)
Da ISTOÉ
charlesnasci@yahoo.com.br

Foi um terremoto – ele diria "loucura, loucura, loucura". A contar do momento em que Luciano Huck resolveu se incorporar a movimentos cívicos e organizados da sociedade dedicado a contribuir para o debate nacional, perpassaram menos de três meses. O suficiente para que o apresentador se transformasse no fenômeno eleitoral da vez. Por isso, o que no nascedouro parecia um mero balão de ensaio, uma eventual candidatura de Luciano Huck ao Palácio do Planalto assumiu ares de seriedade.

Não que ele tenha manifestado o interesse em lançar seu nome – pelo contrário, a interlocutores Huck tem indicado que irá declinar da postulação à Presidência. Mas, principalmente, em razão do potencial eleitoral que a possível candidatura demonstrou galvanizar e pelo alvoroço que esse fato político incontestável provocou no País. Nas últimas semanas, Huck foi paparicado por políticos de diversos matizes, recebido com tapete vermelho por pesos pesados do PIB nacional, teve seu nome incluído nas pesquisas de intenções de voto e até um convite formal para ingressar num partido – o PPS – chegou em suas mãos.

É evidente, nenhum fenômeno eleitoral surge por geração espontânea. Num ambiente altamente tóxico e de total descrédito da classe política, Huck encarna um perfil capaz de cativar um eleitorado carente de opções, interessado em escapar da polarização radical Lula de um lado, Jair Bolsonaro de outro: tem cara de bom moço, ao lado da mulher Angélica personifica a família perfeita e promove ações sociais em seus programas de TV de alcance continental. Ou seja, seria o cara certo no lugar certo, num momento de desgaste do carcomido modelo político em que as pessoas não se sentem mais representadas pelos veteranos do jogo.

Não por acaso, Huck foi testado nos levantamentos eleitorais. Na maioria das simulações, figurou na casa dos dois dígitos, o que representa um desempenho e tanto num cenário pulverizado como o atual. A última pesquisa, realizada pelo instituto Ipsos, em parceria com o Estadão, revelou que ele é o mais bem avaliado entre os 23 nomes submetidos ao eleitor, com uma aprovação de 60% e apenas 32% de reprovação. Em dois meses, cresceu 17 pontos percentuais. Os outros cotados na disputa, como Lula, Bolsonaro e Marina apresentam feedbacks negativos na proporção da avaliação positiva de Huck: sempre perto dos 60%. As reações ao resultado do levantamento indicam que, sim, o apresentador causou calafrios nos que poderiam ser seus oponentes.

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