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segunda-feira, 14 de março de 2016

MILHÕES NAS RUAS: Brasil tem manifestações históricas contra presidente Dilma

Foto: Facebook/Reprodução
Da ISTOÉ
charlesnasci@yahoo.com.br

Uma multidão de mais de três milhões de pessoas pediu, neste domingo, a destituição da presidente Dilma Rousseff, em um clima de forte descontentamento social pela recessão econômica e o bilionário esquema de corrupção na Petrobras, que atinge a elite empresarial e econômica do país. No maior protesto desde que a crise estourou no país, em 2015, milhões de brasileiros expressaram sua irritação em mais de 400 cidades, apoiados por partidos da oposição. A proporção das manifestações é um dado sensível para a presidente Dilma, que enfrenta uma ameaça de pedido de impeachment, que poderia pôr fim antecipadamente ao seu mandato, previsto para acabar em 2018. Também é um dado importante para quem buscava combustível para este processo que tramita no Congresso.

"Estamos na rua porque não aguentamos mais este governo. Senhores deputados, senhores senadores, exigimos o impeachment de Dilma", disse Rodrigo Chequer, líder do grupo Vem pra Rua, um dos organizadores do protesto, do alto de um carro de som. A Polícia Militar de São Paulo estimou em 1,4 milhão os participantes que protestaram na Avenida Paulista, no centro da capital, um número muito superior ao meio milhão calculado pelo instituto Datafolha. A cidade foi o epicentro dos protestos contra o governo, contando com a presença de líderes da oposição, como Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff na última eleição. Aécio postou no Twitter que os cidadãos estão "unidos na busca do fim deste governo".

No Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Olímpicos em agosto, centenas de milhares de pessoas (700 mil, segundo os organizadores) participaram das manifestações na praia de Copacabana. Segundo compilação divulgada na imprensa, outro 1,3 milhão de pessoas teriam participado de manifestações em outras cidades do país, como Brasília (100 mil pessoas), Curitiba (200 mil pessoas), Recife (120 mil pessoas), entre outras. Somados, os números indicariam uma participação de mais de três milhões de manifestantes. À noite, assessores do Palácio do Planalto informaram à AFP que a presidente estava reunida com o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e com outros ministros para avaliar o impacto dos protestos. No fim do dia, a Presidência emitiu um breve comunicado, no qual se limitou a saudar o "caráter pacífico" dos protestos.