Da FOLHA DE S.PAULO
charlesnasci@yahoo.com.br
O primeiro ano de mandato da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), foi marcado por desgaste com deputados estaduais e por acenos ao presidente Lula (PT), mesmo sendo de um partido historicamente adversário ao dele. Logo no início da gestão, Raquel Lyra desagradou uma parte da Assembleia Legislativa ao montar um secretariado predominantemente com indicações técnicas. Os deputados esperavam fazer indicações no primeiro escalão do governo de Raquel, que se elegeu contando com apenas três deputados do PSDB.
A movimentação não aconteceu, e ela viu seu colega de partido, Álvaro Porto, ser candidato único à presidência da Assembleia com aval inclusive do PSB, partido que foi para a oposição após 16 anos no poder no estado. A preferência de Raquel Lyra era por uma candidatura do PP, que possui oito deputados e faz parte da base do governo. Mas, como viu Álvaro Porto fortalecido, a governadora optou por não intervir na disputa e evitar eventuais represálias.
charlesnasci@yahoo.com.br
O primeiro ano de mandato da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), foi marcado por desgaste com deputados estaduais e por acenos ao presidente Lula (PT), mesmo sendo de um partido historicamente adversário ao dele. Logo no início da gestão, Raquel Lyra desagradou uma parte da Assembleia Legislativa ao montar um secretariado predominantemente com indicações técnicas. Os deputados esperavam fazer indicações no primeiro escalão do governo de Raquel, que se elegeu contando com apenas três deputados do PSDB.
A movimentação não aconteceu, e ela viu seu colega de partido, Álvaro Porto, ser candidato único à presidência da Assembleia com aval inclusive do PSB, partido que foi para a oposição após 16 anos no poder no estado. A preferência de Raquel Lyra era por uma candidatura do PP, que possui oito deputados e faz parte da base do governo. Mas, como viu Álvaro Porto fortalecido, a governadora optou por não intervir na disputa e evitar eventuais represálias.
DERROTAS NA ALEPE
Isso não foi suficiente para evitar animosidades entre o Executivo e o Legislativo. Neste ano, Raquel Lyra sofreu derrota também na votação de vetos ao projeto de Orçamento de 2024. Outros projetos de interesse do Executivo tiveram aprovação na Casa, mas com alterações. Os deputados se queixam da ausência de diálogo nas propostas e do envio de projetos às pressas, segundo eles, pelo Executivo, com pouco tempo para apreciação. Além disso, falam em demora na liberação de emendas parlamentares e recursos voltados para as bases eleitorais, sobretudo no interior.
O governo estadual atribui as dificuldades ao presidente da Assembleia. Para o entorno da governadora, Álvaro Porto pode tentar assumir o poder, já que é o segundo na linha sucessória, ao desgastar a governadora e sua vice, Priscila Krause (Cidadania). Já a maioria da Assembleia defende Álvaro, que endossa a tese da independência do Legislativo.
ACENOS A LULA
Isso não foi suficiente para evitar animosidades entre o Executivo e o Legislativo. Neste ano, Raquel Lyra sofreu derrota também na votação de vetos ao projeto de Orçamento de 2024. Outros projetos de interesse do Executivo tiveram aprovação na Casa, mas com alterações. Os deputados se queixam da ausência de diálogo nas propostas e do envio de projetos às pressas, segundo eles, pelo Executivo, com pouco tempo para apreciação. Além disso, falam em demora na liberação de emendas parlamentares e recursos voltados para as bases eleitorais, sobretudo no interior.
O governo estadual atribui as dificuldades ao presidente da Assembleia. Para o entorno da governadora, Álvaro Porto pode tentar assumir o poder, já que é o segundo na linha sucessória, ao desgastar a governadora e sua vice, Priscila Krause (Cidadania). Já a maioria da Assembleia defende Álvaro, que endossa a tese da independência do Legislativo.
ACENOS A LULA
A aproximação de Raquel com Lula gera insatisfações em parte do PL, que segue na base aliada da governadora. Segundo relatos nos bastidores, entre os irritados com a tucana estão o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, pré-candidato bolsonarista a prefeito do Recife em 2024, e o deputado estadual Alberto Feitosa.
2024 VEM AÍ
O próximo ano é tido como crucial para a governadora. Em 2023, o governo avalia que houve arrumação da casa. No próximo ano, a governadora quer imprimir marcas e superar crises que têm desgastado a gestão, como na saúde e na segurança pública. Para reagir a críticas, Raquel Lyra anunciou, em outubro, uma reforma no Hospital da Restauração, a maior emergência do estado, com valor de referência máximo para contratação de R$ 23,4 milhões.
O próximo ano é tido como crucial para a governadora. Em 2023, o governo avalia que houve arrumação da casa. No próximo ano, a governadora quer imprimir marcas e superar crises que têm desgastado a gestão, como na saúde e na segurança pública. Para reagir a críticas, Raquel Lyra anunciou, em outubro, uma reforma no Hospital da Restauração, a maior emergência do estado, com valor de referência máximo para contratação de R$ 23,4 milhões.
SEGURANÇA EM FOCO E TROCAS NO SECRETARIADO
Na segurança pública, o governo lançou um plano estadual com dois meses de atraso, com meta de redução de 30% das mortes violentas até 2026. Entre janeiro e outubro de 2023, o estado teve 2.994 mortes violentas, com aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro ano de governo, o primeiro escalão de Raquel Lyra teve sete trocas de secretários, incluindo na Segurança. A maioria deles pediu para sair e reclamou de falta de autonomia para exercer as funções.
Na segurança pública, o governo lançou um plano estadual com dois meses de atraso, com meta de redução de 30% das mortes violentas até 2026. Entre janeiro e outubro de 2023, o estado teve 2.994 mortes violentas, com aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro ano de governo, o primeiro escalão de Raquel Lyra teve sete trocas de secretários, incluindo na Segurança. A maioria deles pediu para sair e reclamou de falta de autonomia para exercer as funções.
Continue lendo clicando aqui.