Cineastas revelados em pequenas cidades de PE

O diretor Charles Nascimento (à esquerda), nos estúdios do Canal Futura, no Rio, durante a apresentação do projeto "Passarelas, Uma História de Carnaval", o 1º filme rodado no município de Casinhas (Foto: Ratão Diniz)

FOLHA DE PERNAMBUCO - 25 de julho de 2010

Moradores de cidades com até 20 mil habitantes e que têm uma boa história para contar podem se transformar em cineastas. Essa é a proposta do Projeto Revelando Brasis, uma iniciativa da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, e realização do Instituto Marlin Azul. A iniciativa chega a 4ª edição este ano e leva para as telonas produções de pessoas comuns e de muita criatividade.

Este ano, a seleção para participar do projeto está aberta até o dia 30. Qualquer pessoa da cidade pode concorrer, desde que seja maior de 18 anos. A coordenadora do projeto, Beatriz Lindemberg, explicou que a restrição de municípios objetiva a inclusão social. “A escolha de municípios deste porte se deve à necessidade de iniciar um processo de produção audiovisual nestas regiões excluídas do País”, comentou.

Na primeira fase do projeto, o interessado deve ler o regulamento e imprimir o formulário de inscrição no site www.revelandoosbrasis.com. br, preencher os dados solicitados e redigir uma história que seja original. Na segunda fase, os 40 melhores autores irão até o Rio de Janeiro para um curso intensivo de cinema. Na última etapa, as histórias serão gravadas nas cidades de origem dos autores, onde também acontecerá a exibição dos curtas.

Desde o início do projeto, seis pernambucanos do Interior foram selecionados e conseguiram levar o cinema para os municípios onde moram. Na maioria desses lugares, uma tela de exibição nunca tinha chegado antes. “Coloquei isso na cabeça e fui em frente”, frisou o funcionário público Charles Nascimento, de 29 anos, que mora em Casinhas, no Agreste. Ele foi um dos selecionados da última edição, em 2008.

Cinéfilo confesso, Nascimento revelou que esta foi a primeira aventura dele pelo cinema. Com muito entusiasmo, ele já pensa em futuros projetos e até destaca sua maior aptidão na produção cinematográfica. “Não vejo mais dificuldade em fazer roteiro. Foi a realização de um sonho meu e de muita gente daqui”, emocionou-se. Beatriz Lindemberg contabilizou que, desde 2004, quando o projeto foi lançado, já foram inscritas 1.999 histórias e produzidos 120 vídeos.