DO JC-ONLINE - 18 DE DEZEMBRO DE 2010
charlesnasci@yahoo.com.br
Às vésperas de iniciar o segundo mandato, o governador Eduardo Campos (PSB) diz que, depois de enfrentar o desafio de melhorar a saúde, a educação e a segurança pública e de trazer investimentos estruturadores para o Estado, agora a principal meta é melhorar a qualidade de vida dos pernambucanos. Avaliando que o momento é o de ter uma “visão multifocal”, adiantou que deverá criar duas novas secretarias para tratar do trabalho e do meio ambiente, o que o levará a mexer muito na equipe. Garante, porém, que fica no cargo até o final da gestão, descartando assim disputar as eleições de 2014. Também admitiu que um dos piores momentos do atual governo foram os escândalos da Fundarpe e Empetur. Nesta e na próxima página, os principais trechos da entrevista concedida por ele aos repórteres do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação: Sheila Borges, Sérgio Montenegro Filho, Adriana Guarda, Eduardo Machado, Daniel Guedes, Geisa Agricio, Graça Araújo e Fábio Mendes.
JC – Quais foram os melhores momentos do primeiro governo?
EDUARDO CAMPOS - O melhor momento é esse, chegar ao ano de 2010 e ver a expressão que eu vi no dia 3 de outubro. Foi a expressão do povo, reconhecendo um trabalho que o povo pernambucano ajudou a construir.
JC – Como o senhor acha que a população sentiu o seu governo no dia a dia?
EDUARDO CAMPOS – O cidadão em Mirandiba (Sertão) viu a estrada ligar (a cidade) a Carnaubeira da Penha, viu o seu filho ir à escola, que tem merenda, professor, fardamento e livros. Viu o sistema de abastecimento d’água sendo cuidado. Chega em outra cidade e viu a segurança melhorar, que chegou um investimento produtivo. As comunidades sentiram a presença do governo, primeiro ouvindo a sociedade. Essa é a marca, de ouvir e ver o governo trabalhando não em uma área ou para uma obra, mas para construir a melhoria da qualidade de vida, atuando em várias frentes que se interligam e dão como resultado a melhora da economia e da vida das pessoas.
JC – Existe algum ponto que em 2007, quando assumiu, o senhor disse ‘meu Deus, como vou resolver isso’, e chega agora em 2010 e o senhor resolveu?
EDUARDO CAMPOS – É uma responsabilidade enorme quando se ganha uma eleição para você dar conta do desafio, da esperança, da confiança, da forma como já nos elegemos em 2006. Sempre ouvi o meu avô (o ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005) dizer que, na política, muitas vezes as pessoas querem ser as coisas, e poucas sabem o porquê querem ser e para que querem ser. Quando quis ser governador, antes fiz o dever de casa, procurei responder para que queria ser governador, andei o Estado, conhecia todos os municípios, como o povo vivia, como estava se sentindo, o que é um diferencial absurdo para a tarefa seguinte, que é dar conta de construir um governo. O fato de ter desenhado um programa de governo, de ter ouvido profissionais das mais diversas áreas e construído um roteiro, foi sem sombra de dúvida algo que me ajudou muito. O que mais ouvi na transição eram pessoas dizendo que não falasse da segurança pública, que não assumisse porque não tinha jeito. Vá cuidar de outro negócio, de desenvolvimento, de escola, de saúde. Com certeza, são desafios distintos. Em suma, o desafio é construir o ambiente econômico e de crescimento com inclusão e o estado do fazer. O desafio é ter uma política publica estruturada, garantindo ao povo um serviço de qualidade.
JC – Agora, em 2011, o grande desafio é a educação?
EDUARDO CAMPOS – A educação será sempre o desafio brasileiro. Eu disse que o risco Brasil não estava mais nas agências de risco do sistema financeiro, o risco Brasil estava colocado no ambiente da educação. A gente ter a capacidade de dar conta de um serviço que não foi feito em décadas passadas porque ninguém faz transformação efetiva na educação de um dia para outro. É um processo de décadas para cuidar desse passivo. E ao mesmo tempo olhar para o futuro e fazer muita inovação. Não ensinar apenas o português, a matemática, mas ensinar a utilizar as novas ferramentas do conhecimento e as novas tecnologias.
JC – A legislação eleitoral não permitiu que o senhor fizesse um reforço de escolaridade e o resultado de Pernambuco no Promimp (programa de qualificação da Petrobrás) foi ruim, 28% das vagas deixaram de ser preenchidas. Vai se fazer um reforço de escolaridade no próximo governo?
EDUARDO CAMPOS – As dificuldades do Promimp de Pernambuco não são diferentes das do Rio de Janeiro. Fizemos reforço e muitas empresas utilizaram alunos dos nossos cursos de capacitação já para ir preenchendo porque o Promimp vem buscando se adequar à diversidade da realidade brasileira. Vamos seguir fazendo reforço, direcionado ao nosso alunado do ensino médio. E vamos fazer um grande reforço ao trabalho de qualificação profissional e empreendedorismo. É um desafio bom treinar pessoas, porque tem vaga.
JC – Em relação à área de segurança, na campanha eleitoral o paradigma de segurança que a presidente eleita (Dilma Rousseff, PT) colocava era a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), do Rio de Janeiro. Aqui, havia um programa até maior (o Pacto pela Vida) e foi deixado de lado. Como o senhor viu isso?
EDUARDO CAMPOS – Compreendo que na campanha você não consegue expressar o seu programa de governo em seis minutos de televisão, muito menos nos debates. Também é importante registrar que há mais divulgação da mídia nacional e local das UPPs nos últimos dias do que sobre as experiências nossas e de outros Estados na área de segurança. Mas hoje há interesse de outros Estados que já tiveram aqui, inclusive da presidente eleita. A questão do Rio é muito própria do Rio, a nossa é mais próxima da realidade do Brasil.
JC – Como o senhor quer ser lembrado nesse primeiro governo?
EDUARDO CAMPOS – O legado que fica é que a gente resgatou um direito de Pernambuco ter futuro, de sonhar e de mais do que sonhar, de realizar o seu sonho. Eu percebo, nas pessoas que me abordam e nas mensagens que recebo, que nós estamos vivendo um momento muito especial da vida pernambucana. E isso é fruto do trabalho, da determinação, da humildade, da capacidade de somar, de usar a força política para traduzir a força política em investimento e conquistas para o Estado. Nós agimos na política de uma forma diferente que imaginavam, criamos uma paz política, não fiquei arengando com os adversários políticos. Do ponto de vista da administração, inovamos, implantamos uma gestão que aposta na meritocracia, em ferramentas de gestão. É uma gestão que busca ferramentas que a iniciativa privada usa. O nosso foco são os extratos mais vulneráveis da população para tentar estruturar cidadania, vida, direito. Lembro de uma frase que disse no dia em que tomei posse: é começar um tempo em que os que sempre perderam, começassem a ganhar. Eu vi gente que sempre perdeu ganhando. E vejo os meus conterrâneos enterrarem a tese da corda de caranguejo, daquela imagem que era um puxando o outro para baixo, que nada dá certo, todo mundo reclamando, ninguém ajuda o outro. Hoje não vejo mais isso. Hoje o que vejo é ânimo, fé no futuro.
JC – E desse período quais foram os momentos ruins?
EDUARDO CAMPOS – Os momentos ruins eu tratei de aprender com eles e tocar para frente, não fico me lembrando. O governo, uma caminhada como essa, é feito a vida da gente. Tem hora de alegria, de tristeza, de dificuldade, de decepção, mas acho que tivemos muito resultado positivo.
JC – O senhor falou da corda de caranguejo, qual a avaliação que o senhor faz da oposição?
EDUARDO CAMPOS - Não me cabe fazer a avaliação da oposição, até porque isso foi feito por quem cabe fazer, que foi o povo na eleição. Tenho respeito pela oposição, acho importante no estado de direito, democrático, se ter uma oposição. Quando a oposição se expressa, faz o seu papel com competência, ajuda muitas vezes a alertar para coisas que você não está sabendo, de apontar dificuldades que estão ocorrendo.
JC – Falamos de momentos ruins e da oposição, queremos citar dois exemplos: os casos da Fundarpe e da Empetur (uso de dinheiro público de forma irregular por membros do governo). Foram os momentos mais delicados de seu governo?
EDUARDO CAMPOS – Não foram momentos bons, mas tratamos de fazer desses momentos que não foram bons, momentos positivos. Você tem dificuldades na Fundarpe desde que me entendo por gente. Todos os governos enfrentaram dificuldades. O que a gente tratou de fazer? A primeira norma para tratar de fomento à cultura que esse Estado já teve, aprovamos na Assembleia. O que está para trás está sendo visto sem dolo. Se tem dificuldade, se houve erro, eu não vou prejulgar ninguém. As pessoas que estão trabalhando nessa área comigo, eu tenho por todas elas muito coração. O que há? Há uma instituição que nunca teve um concurso público, que desde o governo de doutor Arraes e de outros governos que me antecederam (Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho), todos tiveram problemas. O meu antecessor tem várias contas rejeitadas. Tem processos no Ministério Público desde 2004 e nem por isso estou dizendo que as pessoas que atuaram no governo dele utilizaram de má-fé ou cometeram qualquer tipo de dolo.
EDUARDO CAMPOS – Os momentos ruins eu tratei de aprender com eles e tocar para frente, não fico me lembrando. O governo, uma caminhada como essa, é feito a vida da gente. Tem hora de alegria, de tristeza, de dificuldade, de decepção, mas acho que tivemos muito resultado positivo.
JC – O senhor falou da corda de caranguejo, qual a avaliação que o senhor faz da oposição?
EDUARDO CAMPOS - Não me cabe fazer a avaliação da oposição, até porque isso foi feito por quem cabe fazer, que foi o povo na eleição. Tenho respeito pela oposição, acho importante no estado de direito, democrático, se ter uma oposição. Quando a oposição se expressa, faz o seu papel com competência, ajuda muitas vezes a alertar para coisas que você não está sabendo, de apontar dificuldades que estão ocorrendo.
JC – Falamos de momentos ruins e da oposição, queremos citar dois exemplos: os casos da Fundarpe e da Empetur (uso de dinheiro público de forma irregular por membros do governo). Foram os momentos mais delicados de seu governo?
EDUARDO CAMPOS – Não foram momentos bons, mas tratamos de fazer desses momentos que não foram bons, momentos positivos. Você tem dificuldades na Fundarpe desde que me entendo por gente. Todos os governos enfrentaram dificuldades. O que a gente tratou de fazer? A primeira norma para tratar de fomento à cultura que esse Estado já teve, aprovamos na Assembleia. O que está para trás está sendo visto sem dolo. Se tem dificuldade, se houve erro, eu não vou prejulgar ninguém. As pessoas que estão trabalhando nessa área comigo, eu tenho por todas elas muito coração. O que há? Há uma instituição que nunca teve um concurso público, que desde o governo de doutor Arraes e de outros governos que me antecederam (Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho), todos tiveram problemas. O meu antecessor tem várias contas rejeitadas. Tem processos no Ministério Público desde 2004 e nem por isso estou dizendo que as pessoas que atuaram no governo dele utilizaram de má-fé ou cometeram qualquer tipo de dolo.
JC – Vai haver alguma mudança nessas áreas?
EDUARDO CAMPOS – Já operamos uma mudança importante que foi a mudança Legislativa do método produtivo. O próprio relatório do Tribunal de Contas sugere algumas alterações na forma de funcionamento dessas áreas. Vamos fazer inovações administrativas que blindem essas áreas de novos problemas. Agora, tem um trabalho feito nessa área da cultura extraordinário, respeitado no Brasil inteiro. Veja o cinema pernambucano, o apoio que tem do governo que não tinha antes, as expressões de ponto de cultura que estavam aí abandonados. Esse trabalho todo precisa ser prestigiado, apoiado e ter sequência. Nosso governo teve efetivamente uma atitude diferente. Nós não fomos botar os problemas para debaixo do tapete. Colocamos luz, enfrentamos com transparência.
EDUARDO CAMPOS – Já operamos uma mudança importante que foi a mudança Legislativa do método produtivo. O próprio relatório do Tribunal de Contas sugere algumas alterações na forma de funcionamento dessas áreas. Vamos fazer inovações administrativas que blindem essas áreas de novos problemas. Agora, tem um trabalho feito nessa área da cultura extraordinário, respeitado no Brasil inteiro. Veja o cinema pernambucano, o apoio que tem do governo que não tinha antes, as expressões de ponto de cultura que estavam aí abandonados. Esse trabalho todo precisa ser prestigiado, apoiado e ter sequência. Nosso governo teve efetivamente uma atitude diferente. Nós não fomos botar os problemas para debaixo do tapete. Colocamos luz, enfrentamos com transparência.
JC – O senhor falou muito sobre meritocracia, a impressão que dá, pelo resultado apresentado aqui, é que o seu secretariado está tinindo. Mesmo assim, o senhor fará mudanças?
EDUARDO CAMPOS – Farei mudanças e vou anunciá-las depois do Natal. A gente tem que buscar adequar a um novo governo. É um governo que vai dar continuidade, mas é um novo governo. Tem áreas que precisamos reforçar. Tem áreas que a gente precisa aprimorar, precisa inovar. Agora, nós vamos escalar o time. Esse é um trabalho que, no primeiro momento, é completamente solitário, que tenho que fazer a partir de um determinado diagnóstico e de uma visão que eu acho que poderia ficar dois caminhos. Poderia ficar tudo como está ou poderia mexer para começar um tempo novo. Eu acho que devo mexer para começar um governo novo.JC – Em relação às acomodações, tem muita gente que espera ser chamado para abrir um vaga na Assembleia. Vai acontecer?
EDUARDO CAMPOS - Eu não vou montar equipe em função de acomodação política nenhuma. Os meus aliados me deixaram muito à vontade no primeiro governo e entendo que estão deixando nesse segundo governo para montar a melhor equipe. A minha única preocupação é acomodar os interesses de Pernambuco.
JC – O senhor vai criar novas pastas?
EDUARDO CAMPOS – Duas áreas que eu pretendo abrir um debate nesses dias que faltam até o Natal, porque logo após o Natal vou passar a operar os convites, são as área ambiental e a do trabalho, da qualificação e do empreendedorismo. A (área da) Criança e o Adolescente vai virar uma secretaria-executiva, está no programa de governo. Hoje, temos que ver como fica uma área dedicada exclusivamente ao trabalho, colar isso com uma agência de crédito. A questão ambiental está hoje com Ciência e Tecnologia. Nós reforçamos o órgão de controle, que é a CPRH, fizemos concurso, aprovamos as principais leis e discutimos isso com a comunidade ambientalista. E agora temos que ter uma (pasta) que bote tudo isso para funcionar.
JC – Nos últimos anos, a parceria Estado e Prefeitura do Recife era visível, agora a gente não percebe muito isso.
EDUARDO CAMPOS – Eu tenho procurado andar ajudando o governo do município. Este ano, reuni aqui a equipe do prefeito (João da Costa, PT) e a nossa equipe, nós pegamos toda a demanda que não tinha sustentação financeira do Orçamento Participativo e fizemos uma pactuação de mais de R$ 60 milhões. Coloquei o dinheiro e a prefeitura tem que fazer. Não posso fazer obras típicas do município. Ajudamos a prefeitura a aprovar projetos do Banco Mundial. No debate do PAC da Copa, abrimos mão de um dinheiro que vinha para o Estado para contemplar a Via Mangue. Procuramos ser parceiros não só do Recife, mas de outras cidades.
JC – Quais são as prioridades para o próximo governo?
EDUARDO CAMPOS – Vamos ouvir as demandas para a construção do PPA (Plano Plurianual) no primeiro semestre e seguir a grande prioridade, que é melhorar a qualidade de vida dos pernambucanos. Inaugurar vida na vida de muita gente que estava sem esperança. Não é tempo mais de se ter um foco, uma prioridade. Esse tipo de governo não cabe mais nesse novo Pernambuco. Ele precisa de um Estado que funcione em todas as áreas.
JC – O que esse próximo governo vai ter de diferente?
EDUARDO CAMPOS – A diferença é que Pernambuco está melhor hoje do que em 2007. A outra diferença é que estamos mais experientes. A máquina pública está melhorando.
JC – O senhor vai criar novas pastas?
EDUARDO CAMPOS – Duas áreas que eu pretendo abrir um debate nesses dias que faltam até o Natal, porque logo após o Natal vou passar a operar os convites, são as área ambiental e a do trabalho, da qualificação e do empreendedorismo. A (área da) Criança e o Adolescente vai virar uma secretaria-executiva, está no programa de governo. Hoje, temos que ver como fica uma área dedicada exclusivamente ao trabalho, colar isso com uma agência de crédito. A questão ambiental está hoje com Ciência e Tecnologia. Nós reforçamos o órgão de controle, que é a CPRH, fizemos concurso, aprovamos as principais leis e discutimos isso com a comunidade ambientalista. E agora temos que ter uma (pasta) que bote tudo isso para funcionar.
JC – Nos últimos anos, a parceria Estado e Prefeitura do Recife era visível, agora a gente não percebe muito isso.
EDUARDO CAMPOS – Eu tenho procurado andar ajudando o governo do município. Este ano, reuni aqui a equipe do prefeito (João da Costa, PT) e a nossa equipe, nós pegamos toda a demanda que não tinha sustentação financeira do Orçamento Participativo e fizemos uma pactuação de mais de R$ 60 milhões. Coloquei o dinheiro e a prefeitura tem que fazer. Não posso fazer obras típicas do município. Ajudamos a prefeitura a aprovar projetos do Banco Mundial. No debate do PAC da Copa, abrimos mão de um dinheiro que vinha para o Estado para contemplar a Via Mangue. Procuramos ser parceiros não só do Recife, mas de outras cidades.
JC – Quais são as prioridades para o próximo governo?
EDUARDO CAMPOS – Vamos ouvir as demandas para a construção do PPA (Plano Plurianual) no primeiro semestre e seguir a grande prioridade, que é melhorar a qualidade de vida dos pernambucanos. Inaugurar vida na vida de muita gente que estava sem esperança. Não é tempo mais de se ter um foco, uma prioridade. Esse tipo de governo não cabe mais nesse novo Pernambuco. Ele precisa de um Estado que funcione em todas as áreas.
JC – O que esse próximo governo vai ter de diferente?
EDUARDO CAMPOS – A diferença é que Pernambuco está melhor hoje do que em 2007. A outra diferença é que estamos mais experientes. A máquina pública está melhorando.
JC – Mas não terá mais o presidente Lula...
EDUARDO CAMPOS – Não tem Lula, mas tem Dilma. Confio no que ela disse ao povo de Pernambuco. Disse que iria nos tratar da mesma forma que o presidente Lula nos tratou.
JC – O senhor tem bom relacionamento com a oposição. Como será esse papel no plano nacional?
EDUARDO CAMPOS – É hora de pensar no País. Vamos colocar o pé no chão. Têm muitas pessoas de um lado e do outro dispostas a ajudar, sou uma delas.
JC – Essa articulação nacional faz parte de um projeto para o senhor ser candidato à Presidência em 2014?
EDUARDO CAMPOS – Quando fui candidato ao governo, disse que era candidato. Agora, tenho uma missão, uma responsabilidade e um desafio, que é fazer essas quatro anos melhores. Estou preparado para ficar quatro anos (no governo).
JC – O senhor então vai concluir o governo?
EDUARDO CAMPOS – Fui eleito para isso. As pessoas podem imaginar que essa possibilidade não existe, mas essa é a possibilidade: concluir o meu mandato.
JC – Mas o senhor está ganhado cada vez mais uma projeção nacional?
EDUARDO CAMPOS – O projeto futuro nosso é esse que eu já falei, fazer um governo melhor. Estou inteiramente preparado para seguir de agora até dezembro de 2014. Tenho muito claro que o nosso objetivo é ajudar a administração de Dilma para ela ter condições de buscar a reeleição. Ou se ela não for buscar a reeleição, acho que tem na fila aí um candidato a presidente muito claro: o presidente Lula. Não faço política por um projeto pessoal.
JC – O senhor divide com Lula o crédito do sucesso desse seu primeiro governo. Do segundo, será só seu?
EDUARDO CAMPOS – O crédito nunca será de uma só pessoa. A obra do governo é uma obra coletiva. Sempre disse da contribuição grande que o presidente Lula teve para Pernambuco. A força política que tenho com Lula e a relação de fraternidade que tenho com ele, traduzi isso para a vida dos pernambucanos. Os pernambucanos ganharam com essa relação: o maior PAC do Nordeste e os maiores investimentos privados.
EDUARDO CAMPOS – Não tem Lula, mas tem Dilma. Confio no que ela disse ao povo de Pernambuco. Disse que iria nos tratar da mesma forma que o presidente Lula nos tratou.
JC – O senhor tem bom relacionamento com a oposição. Como será esse papel no plano nacional?
EDUARDO CAMPOS – É hora de pensar no País. Vamos colocar o pé no chão. Têm muitas pessoas de um lado e do outro dispostas a ajudar, sou uma delas.
JC – Essa articulação nacional faz parte de um projeto para o senhor ser candidato à Presidência em 2014?
EDUARDO CAMPOS – Quando fui candidato ao governo, disse que era candidato. Agora, tenho uma missão, uma responsabilidade e um desafio, que é fazer essas quatro anos melhores. Estou preparado para ficar quatro anos (no governo).
JC – O senhor então vai concluir o governo?
EDUARDO CAMPOS – Fui eleito para isso. As pessoas podem imaginar que essa possibilidade não existe, mas essa é a possibilidade: concluir o meu mandato.
JC – Mas o senhor está ganhado cada vez mais uma projeção nacional?
EDUARDO CAMPOS – O projeto futuro nosso é esse que eu já falei, fazer um governo melhor. Estou inteiramente preparado para seguir de agora até dezembro de 2014. Tenho muito claro que o nosso objetivo é ajudar a administração de Dilma para ela ter condições de buscar a reeleição. Ou se ela não for buscar a reeleição, acho que tem na fila aí um candidato a presidente muito claro: o presidente Lula. Não faço política por um projeto pessoal.
JC – O senhor divide com Lula o crédito do sucesso desse seu primeiro governo. Do segundo, será só seu?
EDUARDO CAMPOS – O crédito nunca será de uma só pessoa. A obra do governo é uma obra coletiva. Sempre disse da contribuição grande que o presidente Lula teve para Pernambuco. A força política que tenho com Lula e a relação de fraternidade que tenho com ele, traduzi isso para a vida dos pernambucanos. Os pernambucanos ganharam com essa relação: o maior PAC do Nordeste e os maiores investimentos privados.
Antes da entrevista ao SJCC, governador dá bronca nos repórteres
DO JORNAL DO COMMERCIO - 18 DE DEZEMBRO DE 2010
charlesnasci@yahoo.com.br
Ao longo de uma hora e quarenta minutos, o governador Eduardo Campos (PSB) falou para repórteres do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, na ampla sala ao lado do seu gabinete – na qual faz o monitoramento por TV das ações do governo – na tarde da última quinta-feira (16). A entrevista, concedida logo após o anúncio de instalação de seis novas indústrias de diversos segmentos no Estado, foi, em sua maior parte, descontraída. Nos primeiros momentos, entretanto, o governador se irritou, chegou a bater na mesa e esboçar forte aborrecimento em gestos e ironias.
A ”cara feia” do governador apareceu quando, antes da conversa, foi dada a missão ao secretário Geraldo Júlio (Planejamento) de apresentar, em Power Point, um amplo balanço das realizações do governo nas diversas áreas, produzido pela assessoria do Palácio. A ideia era que, a partir daí, a entrevista ocorresse.
À ligeira argumentação da equipe do JC de que o tempo gasto com o balanço de Geraldo Júlio não contasse no horário estabelecido anteriormente pelo próprio Palácio para a entrevista – uma hora e meia, já que o governador também iria falar aos outros jornais locais na mesma tarde –, Eduardo Campos balançou a cabeça, bateu na mesa e destilou ironias. “Se vocês (repórteres) não querem ver o que a gente organizou com o maior gosto, então partimos logo para as perguntas”, disparou, de cara amarrada.
O mal-estar – com o governador insinuando ironicamente para Geraldo Júlio que ele perdeu tempo com a produção do balanço, já que os repórteres não tinham o menor interesse – foi desfeito, pouco depois, com a equipe do JC insistindo que queria apenas manter o tempo acordado para as perguntas.
Após a exibição do conteúdo do documento por um assustado Geraldo Júlio, o governador, mais calmo, falou por quase 40 minutos aos repórteres. No balanço oficial – será encaminhado à Assembleia Legislativa junto com a mensagem de abertura dos trabalhos da Casa em 2011 – são listados, entre várias tabelas, números e índices, avanços que a gestão estadual contabiliza nos diversos segmentos administrativos.