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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Algodão volta a ser rentável para produtores pernambucanos

DO NE10/JORNAL DO COMMERCIO (Angela Belfort)


charlesnasci@yahoo.com.br

Os pequenos agricultores de 14 municípios do Agreste do Estado tiveram uma agradável surpresa com a primeira colheita do algodão, marcando a retomada da cultura no Agreste do Estado. O preço alto do algodão no mercado internacional tornou rentável o produto cultivado pela agricultura familiar, que arca com um custo de produção mais alto do que os grandes proprietários. "A experiência deste ano mostrou que o algodão dá lucro, principalmente se o produtor conseguir vender depois do beneficiamento", diz o diretor da Associação Beneficente dos Agricultores de Furnas (em Surubim), José da Silva Reis. O pai dele plantou algodão nas décadas de 50, 60 e 70.

Localizada a 10 km do centro da cidade de Surubim, a comunidade de Furnas tem uma miniusina que faz o beneficiamento do algodão e foi implantada desde 2005, numa iniciativa do governo federal com organizações não governamentais. "O algodão em rama (do jeito que é colhido) está sendo vendido por R$ 1,20 a R$ 1,30 o quilo. Já o quilo da pluma (só a parte do algodão) está por R$ 3,80 a R$ 4 o quilo e a semente é comercializada por R$ 0,60 a R$ 0,70 (também no quilo)", resume o produtor. O algodão é uma das matérias-primas usadas para fazer tecido e a sua semente é utilizada na produção de óleo, que serve para fazer alimentos e até biodiesel.
"No ano passado, processamos cerca de 10 mil quilos de pluma de algodão", conta Reis, acrescentando que a quantidade a ser processada este ano é a maior desde que o empreendimento foi instalado, podendo chegar a 30 mil quilos até o final deste mês, quando será encerrada a colheita, iniciada no final de novembro. A miniusina recebe o algodão plantado de 15 agricultores de Furnas e de outros produtores das cidades de Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho.

A atual colheita é o resultado de uma experiência piloto que estimulou o plantio de 400 hectares por 130 agricultores familiares – numa parceria entre o governo do Estado e o Sindicato da Indústria Têxtil de Pernambuco (Sinditêxtil-PE). O Estado bancou as sementes e uma assistência técnica fornecida pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), enquanto o sindicato garantiu a compra da colheita. "Muita gente vai plantar mais algodão a partir de 2012", acredita o gerente regional do IPA de Surubim, Francisco Lopes Sobrinho. Clique aqui e leia a postagem completa