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quinta-feira, 10 de maio de 2012

De como Pernambuco se livrará da seca

Da Folha de Pernambuco (Inaldo Sampaio)

charlesnasci@yahoo.com.br

Com licença do lugar comum, o Brasil é mesmo um país de contrastes. Convive no presente com cheias no Norte, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas nos Estados do Acre e do Amazonas, e com seca na maioria dos Estados do Nordeste, cujo triste saldo é aquele de sempre: perda total da agricultura de subsistência (milho e feijão), redução da produção do açúcar e do álcool, gado morrendo por falta de pasto e reservatórios sem água em várias cidades do interior.

Foto: Google Imagens 
Como a seca é um fenômeno da natureza e não é mais novidade para os nordestinos, que convivem com ela há 200 anos, o governo central já poderia ter resolvido este problema há muito tempo, desde que, perdoem novamente o lugar comum, tivesse tido "vontade política". Infelizmente, ela virou uma "indústria" para muita gente, especialmente para políticos safados que ainda teimam em conseguir votos controlando os carros-pipa de sua região. E por isso o problema persiste.

Em boa hora, entretanto, o governo central entregou ao Exército a administração dos carros pipa que estão abastecendo os municípios com colapso d’água, mas se trata de uma ação emergencial e não de uma solução definitiva. Para que não haja mais municípios sem água, pelo menos no Estado de Pernambuco, a solução é concluir a transposição do São Francisco, as barragens que estão em andamento na Mata Sul e as adutoras do Agreste e do Pajeú, e expandir o raio de ação da Adutora do Oeste.

O racha - Ficou para amanhã a reunião que Ranilson Ramos (agricultura) e outros secretários estaduais terão no DF com a ministra Miriam Belchior (planejamento) para propor-lhe um acordo democrático: rachar entre a União e o Governo do Estado os R$ 148 milhões de que a Compesa necessita para resolver o problema d’água em dezenas de municípios do interior.