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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

HIPOCRISIA l Indonésia pede suspensão de execução de condenada na Arábia Saudita

Indonésia pede clemência pela vida de Satinah Binti Jumadi Ahmad, condenada à morte na Arábia Saudita por roubo e assassinato (Foto: JG Photo)
Do Pragmatismo Político
charlesnasci@yahoo.com.br

A Indonésia negou todos os pedidos de clemência encaminhados pelo governo brasileiro para o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte por tráfico naquele país e executado no último sábado. Somando as iniciativas do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, foram seis pedidos no total. Em contrapartida, a mesma Indonésia está pedindo clemência à Arábia Saudita para evitar a morte de Satinah Binti Jumadi Ahmad, uma cidadã indonésia condenada à morte por assassinar e roubar sua empregadora.

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O radicalismo da Indonésia, a sua posição irredutível com relação ao cumprimento de sua legislação, não parece se repetir quando ela baixa a guarda e implora pela vida de Satinah. Ora, se o governo indonésio é tão rígido no que diz respeito às suas leis, por que se despe desta intransigência quando o que está em jogo são as leis de outro país? O que vemos é um exemplo explícito de hipocrisia. Uma hipocrisia que põe em jogo uma vida.


O brasileiro Marco Archer foi fuzilado por ter tentado entrar naquele país com 13,4 quilos de cocaína. Ele errou, sem dúvida nenhuma. Já Satinah foi condenada por matar uma mulher. É possível colocar em níveis de gravidade iguais o tráfico e o assassinato? Qual desse crimes é mais nocivo? Pois a Indonésia acha que quem mata merece clemência, mas quem trafica droga, não.