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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Pernambucanos pesquisam arma biológica que pode exterminar o HIV

Foto: Google Imagens/Reprodução
Do DIARIO DE PERNAMBUCO
charlesnasci@yahoo.com.br

Uma pesquisa audaciosa que começou a ser testada no estado pode revolucionar a medicina com a descoberta de uma possível cura para a Aids. A investigação, conduzida por pesquisadores pernambucanos da UFPE em parceria com a iniciativa privada internacional, considera o vírus da artrite encefalite caprina, o Caev, a arma biológica necessária para exterminar o HIV das células humanas, sem causar danos ao portador. O estudo observa mecanismos de interferência do vírus caprino sobre outros que impactam a saúde, e promete reestruturar a forma de se tratar diversas infecções.

Por ser a cidade brasileira com maior incidência do Caev nos rebanhos de cabras, Recife foi escolhida para sediar as análises de validação e co-desenvolvimento da metodologia, fundada pelo pesquisador e médico australiano Sam Chachoua. Aqui, as análises são realizadas sob a supervisão da doutora em físico-química e professora da Universidade Federal de Pernambuco Patrícia Farias, com o financiamento da empresa Of Joseph PB&T. "Quando o estudo de competência viral induzida estiver comprovado no projeto, o impacto será de tal maneira que ele vai gerar um novo paradigma para a biotecnologia. A assistência médica será redefinida e expandida para considerar que organismos vivos (tais quais os vírus) são possíveis aliados na batalha contra doenças e apoiam a otimização da saúde para o bom funcionamento do corpo humano", explicou o financiador do projeto em Pernambuco, Joseph Miller.

Os estudos começaram a ser desenvolvidos nos Estados Unidos e ainda estão na fase inicial de implantação no Recife. Nesta etapa, é feita a consolidação de dados a respeito do Caev, que é um retrovírus - assim como o HIV -, contudo ainda mais forte. A ideia base é de que, se o portador do HIV contrai o Caev, é possível que o vírus caprino extermine o HIV das células. "Estamos fazendo a análise detalhada. Não podemos prometer nada para não criar expectativas nos pacientes, mas eu acredito perfeitamente no resultado do trabalho", adiantou a doutora Patrícia Farias. A primeira fase da pesquisa deve se estender até a primeira quinzena de março.