Cassino do Chacrinha, que foi ao ar de de 1982 a 1988, foi recriado no especial (Foto: Divulgação/Globo) |
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Talvez, em pleno 2017, pelo alto preço, a distribuição à plateia não seria de bacalhau. Mas com sua reverência e criatividade, Chacrinha encontraria um produto à altura para manter uma das mais icônicas cenas da televisão brasileira. Como jamais saberemos e recordar é viver, ensina a marchinha, foi possível conferir, na noite desse sábado (26), no canal a cabo Viva (na Globo, dia 6) que, no centenário de nascimento de José Abelardo Barbosa de Medeiros (em Surubim/PE, em 30 de setembro), o Velho Guerreiro continua balançando a pança. Graças à fiel interpretação do ator Stephan Nercessian.
O especial televisivo relembra os concursos envolvendo o público. Na versão atualizada, cinco calouros disputam a melhor imitação de Chacrinha: Marcelo Adnet, Tom Cavalcante, Welder Rodrigues, Otaviano Costa e Marcius Melhem. O júri entra na brincadeira: Angélica chama o apresentador de Painho, como fazia Elke Maravilha, e Leifert dá notas baixas e briga com a plateia, marcas registradas de Pedro de Lara e Edson Santana. "Quando fechamos o conceito, pensamos em uma homenagem ao pai de todos os comunicadores. A sensação é de que o programa poderia estar no ar hoje. A TV é filha do que o Chacrinha construiu como instituição e pela expectativa do público", destaca Dragaud.
Talvez, em pleno 2017, pelo alto preço, a distribuição à plateia não seria de bacalhau. Mas com sua reverência e criatividade, Chacrinha encontraria um produto à altura para manter uma das mais icônicas cenas da televisão brasileira. Como jamais saberemos e recordar é viver, ensina a marchinha, foi possível conferir, na noite desse sábado (26), no canal a cabo Viva (na Globo, dia 6) que, no centenário de nascimento de José Abelardo Barbosa de Medeiros (em Surubim/PE, em 30 de setembro), o Velho Guerreiro continua balançando a pança. Graças à fiel interpretação do ator Stephan Nercessian.
Stephan Nercessian foi o escolhido para interpretar o Velho Guerreiro (Foto: Divulgação) |
Com direção artística de Rafael Dragaud, a partir da proposta de recriar o Cassino do Chacrinha (de 1982 a 1988), o especial atualiza o formato de programa de auditório que se tornou referência às gerações seguintes, com cenário inspirado no original. Tem até o Troféu Abacaxi e as chacretes. Vão desfilar pelo palco Sidney Magal, Fábio Júnior, Ney Matogrosso, Alcione, Blitz, Luiz Caldas, Roberto Carlos e astros que não frequentaram o programa: Anitta, Ivete Sangalo e Marília Mendonça. Fábio Júnior chora ao rever o VT de sua primeira participação, e Roberto Carlos relembra o microfone do apresentador batendo em seu queixo quando Chacrinha o abraçava.
Nercessian resgata antigos bordões do apresentador e improvisa outros, arrancando risos do júri formado por Regina Casé, Luciano Huck, Angélica, Tiago Leifert, Ana Maria Braga, André Marques, Gloria Maria e Fernanda Lima. O ator já interpretava o Velho Guerreiro desde 2014, no espetáculo teatral Chacrinha, O Musical. "Foi quase inevitável. Ele se apropriou do personagem nos palcos e trouxe várias coisas do musical ao programa. Tentamos reproduzir ao máximo, na medida do possível, aquele caos que só o Chacrinha conseguia fazer, dentro de um programa roteirizado. Muito do improviso veio do Stephan, ele aproveitou o ritmo do personagem, e o restante do elenco entrou na brincadeira", enaltece Dragaud.
"Acho que fiquei mais nervoso para fazer o especial do que ao estrear no teatro. No cenário da TV é possível ver como o Chacrinha era genial, interpretava para todas as câmeras, era o dono absoluto daquele espaço. Vou começar a rodar em outubro o longa Chacrinha, O Filme, no Rio. Fiz ele no teatro e na TV, vou fazer no cinema, Só falta no rádio", conta o diretor. Para o ator, a marca deixada pelo Velho Guerreiro é impossível de ser copiada ou reproduzida, pela autenticidade que ele levava à TV. "Ele ia contra as normas da TV, tinha tudo para dar errado, mas ele imprimia. Quando comecei a interpretá-lo, sabia que era só não atrapalhá-lo, e o resto ia acontecer".
O especial televisivo relembra os concursos envolvendo o público. Na versão atualizada, cinco calouros disputam a melhor imitação de Chacrinha: Marcelo Adnet, Tom Cavalcante, Welder Rodrigues, Otaviano Costa e Marcius Melhem. O júri entra na brincadeira: Angélica chama o apresentador de Painho, como fazia Elke Maravilha, e Leifert dá notas baixas e briga com a plateia, marcas registradas de Pedro de Lara e Edson Santana. "Quando fechamos o conceito, pensamos em uma homenagem ao pai de todos os comunicadores. A sensação é de que o programa poderia estar no ar hoje. A TV é filha do que o Chacrinha construiu como instituição e pela expectativa do público", destaca Dragaud.
O especial foi adaptado a 2017. Não há o concurso de homem mais feio do Brasil ou supercloses no rebolado das chacretes. Para Dragaud, é a velha história do politicamente correto: se você faz uma brincadeira, mas alguém se sente agredido, não é engraçado. "A gente que faz TV em diferentes programas, sempre tenta buscar esse diálogo. É um sentimento que está no ar e que responde a demandas antigas, é preciso lidar com isso, não dá para simplesmente negar".