Da FOLHA DE PERNAMBUCO
charlesnasci@yahoo.com.br
Pernambuco superou, ontem (25), a marca de 60 mil casos ativos da Covid-19. São 60.343 pacientes oficialmente diagnosticados e notificados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) com a doença em curso no momento. Número que evidencia a fase delicada que o Estado atravessa no combate ao coronavírus Sars-CoV-2. Só nessa terça, foram 3.533 novos casos registrados pela pasta estadual, sendo 123 (3,5%) deles referentes a pacientes com quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
ESCALADA
charlesnasci@yahoo.com.br
Pernambuco superou, ontem (25), a marca de 60 mil casos ativos da Covid-19. São 60.343 pacientes oficialmente diagnosticados e notificados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) com a doença em curso no momento. Número que evidencia a fase delicada que o Estado atravessa no combate ao coronavírus Sars-CoV-2. Só nessa terça, foram 3.533 novos casos registrados pela pasta estadual, sendo 123 (3,5%) deles referentes a pacientes com quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
ESCALADA
A título de comparação, em 10 de novembro de 2020, eram 9.380 casos ativos em Pernambuco. Desde então, o ritmo de infecções apenas subiu ou estacionou. Não apresentou mais quedas significativas. Em 8 de janeiro deste ano, já eram mais de 23 mil. Um mês depois, chegavam a 30 mil. Durante todo o mês de abril, o número de pacientes com a doença em curso manteve uma média de 45 mil. Na primeira quinzena deste mês, houve o primeiro salto, chegando a 50 mil. Agora, menos de dez dias após atingir essa marca, são mais de 60 mil.
CONSEQUÊNCIAS
Esse ritmo acelerado de transmissão tem aumentado a pressão em cima do já sobrecarregado sistema de saúde. Quanto mais o vírus circula, maior é o número de pessoas doentes, maior o número de pessoas com quadros graves precisando de internamento. O resultado é que, mesmo com a abertura de novos leitos de UTI, a ocupação permanece elevada, e a fila de espera por uma vaga tem aumentado. Nesta terça, dos 1.718 leitos de UTI da rede pública para pacientes com quadros suspeitos ou confirmados da Covid-19, 98% estão ocupados. Na rede privada, a procura também aumentou nas últimas semanas. No momento, são 468 vagas, estando 93% delas preenchidas.
"A situação é preocupante, detectamos uma reaceleração. São níveis heterogêneos no Estado. O Agreste e o Agreste Setentrional vivem uma aceleração mais intensa. Ainda que em menor intensidade, detectamos um comportamento de aceleração também na primeira macrorregião (que abrange a Região Metropolitana do Recife e as matas Norte e Sul). As regiões do Sertão, hoje, estão em patamar de estabilidade, mas ainda em níveis elevados. Porém não têm a mesma curva de aceleração das outras áreas", detalhou o titular da SES-PE, André Longo, em entrevista ao NETV 2, da Rede Globo, na noite desta terça.
Na mesma ocasião, Longo disse que a demanda por leito de UTI no Agreste dobrou nos últimos 15 dias. Nesta terça, foram abertos dez novos leitos para atender os pacientes da região (quatro em Caruaru e seis em Bezerros), que tinha 178 vagas e deve superar 200 até o final do mês, segundo o secretário. "Mas é preciso restringir as atividades, já que grande parte da população não tem ajudado com os protocolos", pontuou durante a entrevista.
QUARENTENA
A região do Agreste entra em quarentena rígida a partir desta quarta-feira (26), até o dia 6 de junho, com funcionamento apenas dos serviços essenciais. Já a primeira macrorregião manterá todas as atividades durante a semana, mas somente os serviços essenciais funcionarão aos finais de semana. André Longo revelou ainda que o Governo de Pernambuco acionou o Ministério da Saúde, nessa segunda (24), para apresentar os dados mais recentes do Estado, sobretudo a situação dos municípios do Interior, e pedir o envio de testes de antígeno, que têm mais celeridade no resultado molecular do que os do tipo RT-PCR.
VARIANTES
Também foi pedido um aumento na vigilância genômica, com a realização do sequenciamento genético de amostras coletadas no Agreste. A suspeita, segundo ele, é de que uma variante do coronavírus possa ser responsável pelo cenário de nova aceleração. Recentemente, em análise de amostras coletadas no Estado em fevereiro, foi detectada a predominância da variante P.1, oriunda do Amazonas. Longo disse não descartar a possibilidade de uma cepa originada em outro país estar circulando em Pernambuco, como a indiana ou a sul-africana. Essas variantes citadas do coronavírus têm o perfil de maior transmissibilidade.
"É fundamental testagem em massa, com o teste rápido de antígeno para sintomáticos e contatos de sintomáticos. É fundamental que esses testes cheguem em massa aos municípios", frisou.