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A Prefeitura de Casinhas anunciou na tarde desta quinta-feira (8) que a partir do próximo semestre fará a distribuição mensal gratuita de absorventes higiênicos para alunas de toda a rede municipal de ensino. Foi durante a Roda de Conversa intitulada "Autocuidado e Afeto Feminino", que fez parte da programação especial de comemorações alusivas aos 26 anos de emancipação política da cidade. Casinhas é um dos primeiros municípios de Pernambuco a adotar tal iniciativa.
O evento, transmitido ao vivo, contou com a participação da prefeita Juliana de Chaparral e várias convidadas, secretárias e diretoras municipais, profissionais como ginecologista, psicóloga e assistente social, e também professores, estudantes e representantes do Conselho Tutelar, Coordenadoria da Mulher e Câmara Municipal de Vereadores. "Desde jovem nós mulheres sabemos todos os perrengues que vem com a menstruação. Eu sou professora e dentro da sala eu acompanhava isso de perto. Todas nós, mulheres, quando estamos neste período, não tem uma que não tenha a preocupação de sair de casa com receio", avaliou a prefeita.
"Então, enquanto mulher, professora, mãe e prefeita, quero dizer que, a partir de hoje, todas as adolescentes que estão matriculadas nas escolas da rede municipal passarão a receber mensalmente o seu absorvente. Somos vitoriosos por provar que nós, que encabeçamos esta gestão, estamos de fato fazendo vida na vida das pessoas, porque isso é cuidar da autoestima, da saúde e dar mais dignidade e qualidade de vida para o nosso povo", declarou Juliana.
"É um projeto que veio para ficar, é mais uma ação transformadora na educação de Casinhas, que, inclusive, passou pelo Poder Legislativo do município. Vamos estar beneficiando mais de 320 alunas com esse programa. Teremos 7 escolas envolvidas no projeto e todas as adolescentes estarão recebendo seus absorventes. Além disso, tivemos ainda a sensibilidade de escolher um produto de higiene da melhor qualidade", ressaltou a secretária municipal de Educação, Sandreane Domingues.
POBREZA MENSTRUAL
Não é de hoje que ativistas da luta feminista denunciam e chamam de 'pobreza menstrual' a escassez de recursos para cuidados íntimos durante a menstruação que afasta as meninas das escolas. Uma pesquisa brasileira divulgada no mês passado revelou que uma em cada quatro alunas no país já se ausentou das aulas por não ter condições de comprar absorventes durante a menstruação.
Num cenário mundial, um estudo lançado também no mês passado pelo Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA - e o Fundo das Nações Unidas para a Infância - o Unicef - mostrou que 713 mil meninas vivem sem terem acesso a um banheiro ou mesmo um chuveiro em casa e 4 milhões não tem acesso a absorventes, banheiros e sabonetes nas escolas.
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Crédito das imagens: Mário Andrade e Marcelo Andrade.