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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Rede de solidariedade ameniza sofrimento das famílias atingidas pelo temporal em PE


Do JC ONLINE
charlesnasci@yahoo.com.br

Lidiane cedeu a cozinha da lanchonete e mobilizou amigos e familiares. Valéria doou alimentos. Pâmela, Paula e Greice prepararam a comida. Jean levou as marmitas de moto até um dos locais de doação. Jeckson comeu uma das quentinhas. E assim, num trabalho coletivo, voluntário e de muita cooperação, o sofrimento de centenas de famílias afetadas pelo temporal em Pernambuco está sendo amenizado. Também ajuda moradores e equipes de órgãos públicos que trabalham incansavelmente no resgate de vítimas das enchentes. Muitos nem se conheciam. Se juntaram diante dos estragos que viram na rua vizinha ou por relatos de um amigo, pelas redes sociais e na imprensa.

Desde sábado, dia em que o Recife e Região Metropolitana mais sofreu com a chuva, não pararam. Fizeram cota, foram ao supermercado comprar mantimentos, convocaram outras pessoas para se unirem na rede de solidariedade. Já distribuíram mais de mil quentinhas e 500 cestas básicas, além de roupas, água e produtos de higiene e limpeza. Foram até comunidades que estão próximas de onde vivem, na Zona Sul do Recife, e em Jaboatão dos Guararapes: Buracão, Betel, Muribeca, Marcos Freire, Jardim Monte Verde (onde 20 pessoas morreram soterradas), Ibura. No Estado, segundo o governo, são mais de 6 mil desabrigados e mais de 100 mortos.

MOBILIZAÇÃO

"No sábado, depois de ver tanta destruição, decidi ajudar. Formei um grupo no Whatsapp com cinco amigas. Cozinhamos cuscuz e sopa e levamos para o Ibura. Em pouco tempo não imaginava a mobilização de tanta gente. Começamos cozinhando na minha casa, mas depois abri a cozinha da lanchonete pois o volume aumentou muito", conta Lidiane Ferreira, 33 anos, moradora da UR-5. O grupo ontem estava com 252 participantes.

Sua pastelaria deveria ter funcionado no sábado e domingo, dias em que há um bom movimento. Mas não havia como parar a produção de marmitas. Em todo os cantos, havia doações espalhadas, gente trabalhando, comida sendo preparada e organizada para distribuição. "Estou cheia de contas para pagar. Mas não tem dinheiro que pague ajudar tanta gente. Tirei alimentos da minha casa e da lanchonete. O caos em alguns lugares de Recife está muito grande. A recompensa é ver o sorriso de quem está precisando. Deus vai me recompensar", ressalta Lidiane.

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