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domingo, 10 de dezembro de 2023

Nascida em Limoeiro e criada em João Alfredo: Quem é Jullie Dutra, a grande vencedora do "Quem quer ser um milionário" da Rede Globo


Do G1
charlesnasci@yahoo.com.br

A jornalista pernambucana Jullie Dutra se tornou a primeira pessoa a ganhar o prêmio máximo de R$ 1 milhão no quadro "Quem quer ser um milionário", no programa "Domingão com Huck". Jullie acertou 15 perguntas. A última era sobre o número da camisa usada por Pelé na Copa de 1958, quando o Rei do Futebol tinha só 17 anos. A resposta: a icônica camisa 10. Para acertar, Jullie ligou para a amiga Nerfetite Amanajás, que mora em Belém, no Pará.

A nova milionária é jornalista, tem uma agência de comunicação e estuda para ser diplomata do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores. Quando tinha 5 anos, perdeu o pai assassinado. A mãe morreu em 2013, após sofrer um AVC. Ela tem uma filha de 3 anos, Maria Helena, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista.

"Quando minha mãe morreu, no leito de morte, ela me disse: 'Não pare de estudar, com a educação você cria empoderamento, consegue galgar espaço, consegue um milhão, muito mais do que isso'. Dediquem-se a vocês, mulheres, que vocês conquistam e conseguem. Tenho [a palavra] resiliência tatuada no braço. Perdi minha mãe, entrei em depressão, fiquei sem emprego. E comecei com um cliente numa agência de comunicação. Hoje tenho 12 pessoas que trabalham comigo e quero agradecer a eles", disse Jullie após ganhar o prêmio. Jullie tem 38 anos, nasceu em Limoeiro e foi criada em João Alfredo, também em Pernambuco. Vive hoje em Salvador.

MEDICINA EM CUBA

Antes de ser jornalista, chegou a cursar medicina em Cuba. "Cursei um ano, mas não era minha praia. Voltei bem desacreditada em mim. Queria fazer jornalismo e fui morar num pensionato e vendi charutos que trouxe, para pagar os estudos", contou. Segundo seu perfil no Linkedin, Jullie tem formação em jornalismo com pós-graduação em direitos humanos. Escreveu o livro "Caro Haiti", sobre os momentos de antes, durante e depois do terremoto que marcou a história do país em 2010.

Fala espanhol, francês e inglês, é fundadora e atua como diretora do Grupo Coros Comunicação, uma agência de marketing digital. Também se dedica em paralelo aos estudos para tentar ingressar na carreira diplomática. Durante o programa, Jullie se emocionou ao lembrar as perdas mais sofridas da sua vida. "Eu tinha 5 anos quando meu pai foi assassinado. Mas tenho flashes dele. Lembro dele com muito carinho e sou muito grata".

Jullie também perdeu a mãe. "Quando minha mãe partiu, eu tinha 27. Quando tenho perdas grandes, sempre lembro dessa perda irreparável. E lembro que não existe dor tão profunda". Jullie conta que havia ganho uma bolsa parcial para fazer mestrado em jornalismo investigativo, em Madri, na Espanha, quando a mãe faleceu.

"Ela teve um AVC. Liguei para o coordenador da [universidade] Juan Carlos e disse que estava entregando a bolsa. Eu já tinha pago uma parte. Minha mãe tinha se esforçado muito. E, em cima de uma cama, entre a vida e a morte, a preocupação dela era com o meu mestrado", conta. Segundo informou durante a participação, se levar R$ 1 milhão, o plano é comprar uma casa para a "mãe do coração", Carmelita, que hoje ajuda Jullie a criar a filha, Maria Helena. Para conseguir o feito, a pernambucana beijou uma medalhinha que carrega no pescoço várias vezes.

"Minha santa protetora é Nossa Senhora Aparecida. Ela vai fazer um milagre hoje aqui. E, se eu conseguir, vou fazer o percursos que Marcos Mion fez. Que seja feita a vontade dela e de Deus". Jullie se referiu ao trajeto que Marcos Mion fez a pé, de São Paulo a Aparecida, para agradecer a ida para a TV Globo, que era o sonho profissional do apresentador.