Do DIARIO DE PERNAMBUCO - Mareu Araújo
charlesnasci@yahoo.com.br
Um mês após perder a mãe, Ivonete Maria da Silva, de 56 anos, vítima de raiva humana, o filho Rodrigo Manoel da Silva, de 27, relata que a família ainda enfrenta o luto e busca por justiça. "É uma dor muito grande, uma saudade que nunca vai passar. Ao mesmo tempo, sentimos indignação. Ela não foi tratada da forma correta", diz. Ivonete foi mordida por um sagui, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste pernambucano, ao defender o neto de um ataque do animal silvestre, no fim de novembro de 2024. Sem tratamento imediato e sem orientação quanto à gravidade do quadro, ela foi liberada e só deu entrada em um hospital municipal no mês seguinte.
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Um mês após perder a mãe, Ivonete Maria da Silva, de 56 anos, vítima de raiva humana, o filho Rodrigo Manoel da Silva, de 27, relata que a família ainda enfrenta o luto e busca por justiça. "É uma dor muito grande, uma saudade que nunca vai passar. Ao mesmo tempo, sentimos indignação. Ela não foi tratada da forma correta", diz. Ivonete foi mordida por um sagui, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste pernambucano, ao defender o neto de um ataque do animal silvestre, no fim de novembro de 2024. Sem tratamento imediato e sem orientação quanto à gravidade do quadro, ela foi liberada e só deu entrada em um hospital municipal no mês seguinte.
A mulher morreu no dia 11 de janeiro, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife, para onde havia sido transferida já em estado grave. Desde então, a família procura, por conta própria, levar o caso à justiça na esperança de que possíveis culpados sejam responsabilizados. Filho mais velho de Ivonete, Rafael Manoel da Silva, de 32, relata que chegou a ir ao Fórum de Santa Maria do Cambucá, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), para denunciar o caso, no fim de janeiro. Ele teve o depoimento colhido e recebeu a informação de que o caso seria encaminhado a um promotor de Justiça, segundo conta. "Descrevemos tudo que aconteceu e mostramos a receita que tem a assinatura do médico que atendeu a minha mãe", afirma.
A família, no entanto, ainda aguarda notícia sobre quais providências foram tomadas. Não houve registro de boletim de ocorrência na Polícia Civil, de acordo com os parentes. O Diario de Pernambuco procurou o Ministério Público (MPPE), a Defensoria Pública e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) para confirmar se houve a instauração de algum procedimento. Os órgãos não responderam até esta publicação.
TRAGÉDIA EVITÁVEL
TRAGÉDIA EVITÁVEL
Esta não foi a primeira tragédia registrada na família. Segundo os irmãos, o pai deles foi atropelado por um carro, enquanto estava parado próximo a sua moto, em Surubim, também no Agreste, em 2021. "Todo mundo sabia quem era o motorista, mas ele ficou impune", diz Rodrigo. "Nós já tivemos um caso de impunidade. Não queremos outro". No caso de Ivonete, logo após a mordida do sagui, ela procurou atendimento no Hospital Santina Falcão, no município, de acordo com os parentes. Na ocasião, a mulher teria sido informada de que não havia vacina em estoque no local e foi orientada a voltar no dia seguinte.
Por se sentir destratada, Ivonete não retornou à unidade de saúde, diz a família. Dias depois, começou a sentir febre, insônia e uma dor forte no braço – sintomas que a fizeram voltar ao hospital municipal em 31 de dezembro. Ela foi transferida para o Recife já com quadro grave e não resistiu. "Estamos de luto por falta de profissionalismo. No final de tudo isso, quem está sofrendo somos nós", afirma o filho mais novo. "Essa tragédia deveria ter sido evitada". A visão é compartilhada por Rafael, responsável por levar a mãe ao hospital na primeira vez. "A gente não tinha noção de que uma mordida de sagui podia causar essa doença. Quem deveria saber disso era o médico", comentou. A reportagem procurou, ainda, a Secretaria de Saúde de Santa Maria do Cambucá, mas não obteve resposta.
Por se sentir destratada, Ivonete não retornou à unidade de saúde, diz a família. Dias depois, começou a sentir febre, insônia e uma dor forte no braço – sintomas que a fizeram voltar ao hospital municipal em 31 de dezembro. Ela foi transferida para o Recife já com quadro grave e não resistiu. "Estamos de luto por falta de profissionalismo. No final de tudo isso, quem está sofrendo somos nós", afirma o filho mais novo. "Essa tragédia deveria ter sido evitada". A visão é compartilhada por Rafael, responsável por levar a mãe ao hospital na primeira vez. "A gente não tinha noção de que uma mordida de sagui podia causar essa doença. Quem deveria saber disso era o médico", comentou. A reportagem procurou, ainda, a Secretaria de Saúde de Santa Maria do Cambucá, mas não obteve resposta.