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sábado, 1 de março de 2025

Mesmo com chuva, Galo da Madrugada arrasta multidão e ferve as ruas do Recife

Quem saiu para festejar o Galo de Madrugada teve a alma lavada pelo frevo e o corpo pela chuva

Da FOLHA DE PERNAMBUCO - Gabriela Castello Buarque
charlesnasci@yahoo.com.br

Nem a chuva foi capaz de apagar o fervor dos milhares de foliões que ocuparam as ruas do Centro do Recife nos 6,5 quilômetros de trajeto do Galo da Madrugada. Apesar da previsão da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) apontar para um sábado de Zé Pereira sem chuvas, quem saiu para festejar o maior bloco de rua do mundo no Carnaval 2025 teve a alma lavada pelo frevo e o corpo pela chuva. Porém, como é tradição, não faltou animação.
O Galo da Madrugada desfilou pela 46ª vez, com alegria, tradição e uma programação musical repleta de grandes nomes, embalando o público com frevo, maracatu, brega e até rock. A alegoria principal, o icônico Galo de 4,5 metros de altura, surgiu este ano em tons de prata e dourado, simbolizando a majestade da folia pernambucana. No carro "Abre-alas", passistas, caboclinhos e o rei e a rainha do maracatu abrilhantaram o desfile.
Outros carros alegóricos homenagearam símbolos do Carnaval do Estado, do Agreste ao Sertão, como a Pitombeira dos Quatro Cantos, a La Ursa, os bonecos gigantes de Olinda, os Caretas, os Caboclos de Lança, os Papangus e as Caiporas do Sertão. Nos trios elétricos, os artistas animaram os foliões mesmo debaixo de chuva. No Trio Selva Nua, João Gomes levou o público ao delírio ao cantar "Eu Tenho a Senha", além de prestar uma homenagem a Chico Science.
Michel Teló e Nena Queiroga emocionaram ao entoar "Voltei Recife", imortalizada na voz de Alceu Valença, enquanto André Rio e Gaby Amarantos fizeram um dueto com a mesma canção, além da música "Chuva de Sombrinhas". Já no trio da Pitú, a banda Asas da América contou com a participação de Lula Queiroga e encantou a multidão. Maestro Forró e Toni Garrido levaram o reggae ao público, enquanto Maestro Spock e Priscila Senna fizeram os foliões saírem do chão com muito frevo. A cantora Bia Villa-Chan, já tradicional no desfile, manteve a energia em alta, acompanhada pelo passista e quadrilheiro Matheus Pimentel.
E quando Elba passou, "a terra tremeu"! Homenageada do Carnaval do Recife e uma das estrelas do carnaval pernambucano, Elba Ramalho foi um dos pontos altos do desfile, principalmente quando passou pela Praça Sérgio Loreto. Com a bandeira de Pernambuco erguida em uma sombrinha de frevo, a paraibana incendiou a multidão ao cantar "Chuva de Sombrinhas" e emocionou o público com "Deus me Proteja", acompanhada pelo conterrâneo Chico César, autor da música, e Lula Queiroga.
O frevo dividiu espaço com outros gêneros, garantindo um desfile para todos os gostos. Geraldinho Lins comandou a folia na Praça Sérgio Loreto com a "A Vida Inteira te Amar", do colega Almir Rouche, enquanto Michelle Melo trouxe o brega recifense e agradeceu à direção do bloco por dar espaço ao gênero na programação. Almério e Juba trouxeram o rock nacional com clássicos de Rita Lee. Já Marrom Brasileiro apostou no romantismo e fez a multidão cantar junto "Fogo e Paixão", de Wando. Romero Ferro e Pabllo Vittar levantaram o público ao som de "São Amores".
Outras participações marcantes incluíram Cristina Amaral, que esteve à frente do trio da Secretaria da Mulher de Pernambuco, levando uma orquestra formada exclusivamente por mulheres, e Tiago Abravanel, que estreou no Galo ao lado de Gerlane Lopes com sucessos de Tim Maia.

Fotos: Paullo Allmeida e Ricardo Fernandes