DA FOLHA DE PERNAMBUCO (Magno Martins)
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Os partidos brasileiros traíram o princípio sagrado das suas doutrinas, as ideologias viraram letra morta e o que vale hoje, na verdade, é o chamado pragmatismo eleitoral. De nada adiantou a Marina Silva, por exemplo, trocar o PT pelo PV, defender apaixonadamente às causas verdes numa histórica e competente campanha presidencial, na qual arrebatou 19,6 milhões de votos.
Marina transformou o nanico PV numa legenda aparentemente grande e respeitada. Sem ela, responsável pela provocação do segundo turno na eleição passada, o PV não iria a lugar algum e não vai, seguramente, a lugar algum. Está, portanto, fadado a virar sublegenda na próxima disputa presidencial.
Coerente e guerreira, Marina resiste, quer continuar no partido, mas os que detêm o poder e o controle da legenda, sob a mão de ferro do presidente José Luiz Penna, se fecharam em copas. Marina não é ouvida absolutamente para nada, não exerce influência no diretório nacional e, consequentemente, está fora dos planos do PV.
Mas, convenhamos, quem sai perdendo de fato nessa estória é o Partido Verde, que fica sem um candidato forte e competitivo para 2014. Marina foi a grande e reveladora sensação das eleições que levaram Dilma a suceder Lula.
Se tivesse mais tempo na televisão e estrutura de campanha certamente teria ido ao segundo turno contra Dilma, tomando o lugar de Serra, puxada pela onda verde que se observou no País, principalmente nos grandes centros urbanos.