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sábado, 22 de outubro de 2011

Escândalo do lixo hospitalar chega a São Paulo

DO ESTADÃO

charlesnasci@yahoo.com.br

O escândalo do reúso de lençóis, jalecos e fronhas de hospitais por confecções em várias regiões do País chegou a São Paulo, escancarando a falta de controle para esse comércio. Um comerciante da região do Brás, no centro de São Paulo, foi acusado pelo dono da loja Agreste Tecidos, em Ilhéus, na Bahia, de vender tecidos com logomarcas de vários hospitais brasileiros. As autoridades suspeitam que o material seja lixo hospitalar, pois algumas peças apresentavam manchas, de acordo com a polícia baiana.

A carga, cerca de 800 quilos de tecidos bordados com nomes de diferentes hospitais, foi apreendida na Agreste Tecidos quinta-feira pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) e pela Vigilância Sanitária de Ilhéus. O comerciante paulista Geraldo Monteiro da Silva confirma que vendeu retalhos de tecidos com logomarcas de hospitais para a Agreste Tecidos, mas negou à reportagem que comercialize lixo hospitalar e apresentou em sua defesa notas fiscais de compra de “sucata têxtil”. Segundo ele, a Agreste deve ter comprado de outro fornecedor uma parte do lote, supostamente de lixo hospitalar, e quer jogar a responsabilidade a terceiros.

Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faça uma distinção clara entre o que é lixo hospitalar - lençóis sujos e contaminados, que devem ser incinerados - e lixo comum, como são classificados lençóis e jalecos de hospitais que passam por processo de desinfecção e podem ser revendidos, as confecções não usam certificados de origem ao vender esse material para o varejo. Com isso, fica impossível saber se os tecidos trazem risco ao consumidor.