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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Alargamento de prazo para filiações ajuda negociação de chapas

Imagem: Divulgação/Reprodução
Do Diario de Pernambuco
charlesnasci@yahoo.com.br

Enquanto uns torcem contra, pelo receio de se deixar o jogo aberto por mais tempo, outros veem na possibilidade de prorrogação do prazo limite para filiação de candidatos, uma vantagem de tempo valiosa. "São seis meses a mais para negociar. Isso em uma cidade onde o cenário está indefinido pode ser muito bom", comentou o integrante da Executiva estadual do PSB, Diogo Moraes, citando casos como os de Caruaru e Petrolina. Em ambos os municípios, nomes do PSB ameaçaram trocar de sigla caso o partido discorde de suas candidaturas. A alteração de calendário faz parte da minireforma eleitoral que aguarda avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT).

Ontem, antes de embarcar para Nova York, ela assinou o veto ao financiamento privado de campanhas, cujo decreto deve ser publicado em Diario Oficial (DO) da próxima segunda-feira. Não foi divulgado, porém, a decisão dela sobre o encurtamento de um ano para seis meses antes da eleição a data limite para filiações de futuros candidatos. Também segue incerto se a presidente irá vetar a janela partidária, que permite aos deputados ou vereadores mudar de partido sem perder mandato no prazo de até sete meses antes da eleição. Os decretos devem ser publicados em DO até o dia 2.

"Achamos que não vai ser vetado e a maioria dos partidos e políticos tem trabalho com essa hipótese. No caso do PTB conseguimos reestruturar o partido pós 2014 e se ganharmos esse tempo vamos poder trabalhar melhor algumas cidades", avaliou o secretário geral do PTB, José Humberto. Ele citou o caso de Arcoverde, onde a prefeita, Madalena Brito migrou do PTB para o PSB no ano passado. Hoje os petebistas tem como possível candidato Zeca Cavalcanti e buscam filiação de nomes que estejam próximos ao poder. A avaliação é que benefício para quem está no poder é inverso ao tempo. "Quem está no poder costuma ir enfraquecendo no final do mandato. Se não ele não tiver uma vantagem consolidada, mais tempo em aberto pode ser complicado", completou.

Não são apenas os partidos de olho na majoritárias que torcem por mais tempo. "Todo mundo está preocupado. Em Caruaru, por exemplo, nós não vamos concorrer à prefeitura mas vamos apoiar o candidato do governo e essa indefinição tem dificultado a formação da chapa de vereadores. Se tiver mais tempo vai ser mais fácil construir essa chapa", declarou o presidente da sigla, André de Paula. Na linha de frente do imbróglio no município, o presidente do PDT, Wolney Queiroz, afirma que o partido trabalha com o aumento do prazo em mente. "Todos sinalizam que será aprovado", disse. O prefeito da cidade, Wolney Queiroz, integra a sigla e não aceita a candidatura da socialista Raquel Lyra. Quer emplacar, ao invés disso, o petebista Douglas Cintra.