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sexta-feira, 16 de março de 2018

Filmes, séries e afins - FSA: Máquinas são capazes de sentir? Três filmes que vão te deixar com esta questão até chegar no novo Alita, de James Cameron

Por MAIARA LIMA*
Especial para o blog

Não é de hoje que o cinema trabalha a questão sentimental no mundo das máquinas. Quem não lembra de observar a felicidade do pequeno John, de "O Exterminador de Futuro 2: o julgamento final", ficando super animado ao ensinar pequenos gestos de interação humana a máquina enviada do futuro para o proteger? Ou mesmo quem não ficou com lágrimas dos olhos ao ver "O Homem Bicentenário"? Quem não se derreteu com a doçura de "WALL.E"? "Chappie" é outra máquina que vai te tirar um chorinho leve.

A questão de todos estes filmes é: você é capaz de amar tanto quanto estas máquinas (tirando é claro o primeiro exemplo, que se afasta um pouco sendo mais frio, mas Arnold tinha que manter a imagem de destruidor grandão, então perdoamos)? Indo um pouco mais profundamente, você amaria uma máquina? Bem, os filmes desta semana trabalham isto à perfeição, e eu confesso que amei muito essas máquinas, ou ao menos o que elas fizeram, achando ações mais humanas que as de muitos humanos por aí.

Todos os três filmes que vou citar aqui estão disponíveis na Netflix, e depois deles, espero que vocês queiram dar uma olhada no Alita, que vai estrear em breve. Her (Ela): e como um homem pode chegar a se envolver com uma máquina? Eu simplesmente amo a leveza e originalidade deste roteiro do Spike Jonze, e foi muito merecido o Globo de Ouro e o Oscar (2014) que ele recebeu por ele.


O filme tem um ar tão envolvente, deste a direção de arte e fotografia (que eu sempre amo e observo), quanto na escolha da paleta de cores do filme. É leveza e sutileza ao extremo. Tudo isso para você ficar ouvindo a voz da Samantha, a linda Scarlett Johansson (meu Deus, que mulher! E, neste caso, que voz!), e, aos poucos ir se apaixonando por ela, ou ver o Theodore Twombly (Joaquim Phoenix perfeito) fazer isto.

Ela conta a história de um homem, que trabalha escrevendo cartas para as pessoas, cartas estas que falam de amor, despedida, perdas, enfim, cartas que as pessoas não sabem como escrever para os destinatários e contratam seus serviços para colocar em palavras o que sentem. A questão é que Theodore é muito bem resolvido com os sentimentos alheios e não com os seus. Em pleno processo de divórcio e com a vida eletrônica (aqui me refiro a organização de PC) levemente bagunçada, ele resolve mudar seu sistema operacional por um mais moderno. Samantha é a voz do sistema/secretária/faz tudo e por fim/amiga mais perfeita que pode existir. Ela é uma "mulher" prática, rápida e direta, que não lhe cobra nada, que resolve todas as suas broncas de rotina, lembra sua agenda, ou seja, a companheira perfeita para um cara que precisa de uma mãozinha para tudo no dia-a-dia.


Alguém aí pode culpá-lo por se envolver com este maravilha em "forma" de mulher. Para sua quase ex-esposa, este era o tipo de relação que ele mais desejava na vida, com uma máquina. Incapaz de sentir de verdade, de ficar depressiva, ou mesmo entrar em conflito de existência como um ser humano. Será? Enfim, vocês precisam conferir para ver onde isto acaba. Eu, particularmente, amei. A trilha sonora deste filme.... arrepia. E em todo momento, você não deixa de pensar que ele espelha as relações da contemporaneidade.
Foto: Google Imagens/Reprodução
Ex-Machina: Instinto artificial: está aqui outro bom roteiro adaptado premiado pela Academia (Oscar) em 2016, ele é recheado de prêmios, incluindo melhor atriz coadjuvante para Alicia Vikander (Garota Dinamarquesa, Tomb Raider: A origem - breve nos cinemas). Gente, este filme é muito legal. Na verdade a maioria dos filmes com esta temática tem uma atmosfera futurista, então, as cores e cenários, além de todos os detalhes da direção de arte são de um requinte e sofisticação, e ao mesmo tempo tão simples, eu simplesmente amo filmes futuristas e suas ideias de praticidade, velocidade e empoderamento humano.

No caso de Ex-Machina, eu amo principalmente o choque da questão de poder humano e máquina, sabe quando uma criação supera e choca seu criador, que com seu ego é não só surpreendido como também, às vezes, eliminado. Eu, como humana e mulher, me identifiquei demais a Ava.

Caleb é um cientista que ganha a oportunidade de estudar mais profundamente a criação de um gênio bilionário, o recluso e excêntrico Nathan. Aos poucos Caleb vai perceber que a complexidade da inteligência artificial de Ava é tão sofisticada quanto imprevisível. A sensação que o filme passa é que você não pode criar algo que, em algum momento supere você. Nunca! Uma coisa primordial que separa estes dois filmes que estou citando: No primeiro, Samantha e Theodore se apaixonam até que ela evolui intelectualmente, e o resto vocês devem conferir. Em Ex-Machina, Ava há sentimentos, mas o que predomina é o instinto de Ava, e tal instinto é guiado apenas por sobreviver, e olha só a ironia, isso é um instinto puramente humano, até onde sabemos. o filme é maravilhoso. Confiram!

Foto: Google Imagens/Reprodução
A.I.: inteligência artificial: é o mais lindo visualmente e em questão de roteiro também, claro, dos três que escolhi citar. Eu já me declarei fã do Steven Spielberg aqui, e não tem como ser diferente. Também premiado por roteiro, este com toda certeza marcou minha geração neste gênero do cinema. Gente, eu morro de chorar com o David. Haley Joel Osment sumiu, uma pena, mas o que ele deixou no cinema no quesito emoção é inesquecível, em "O Sexto Sentido" e principalmente em A.I. Não tem como não chorar neste filme. Uma leitura futurista do clássico de Pinóquio deixa tudo ainda mais encantador.

Uma família decide "adotar" um menino-robô para tentar preencher o vazio deixado por seu filho, que está em coma sob o tratamento de uma doença há um longo tempo. A mãe está numa luta interna de dar amor a esta máquina e ao mesmo tempo não substituir totalmente seu filho. É como se ela estivesse a ponto de sufocar com tanto amor de mãe, é urgente compartilhar com um filho, mas não outro ser humano, uma máquina seria mais adequada a esta situação, ela só quer alguém para dar sei lá, um beijo de boa noite? Mas tudo fica muito mais difícil para David, quando o filho biológico de sua mãe melhora e volta para casa.

A busca de humanidade e amor que este pequeno robô travará é emocionante, pura e muito profunda. Não há forma mais genuína de amor, do que aquela que nasce do simples impulso de ser amado. Amar ou não amar o David? Que questão!

Foto: Google Imagens/Reprodução
AGORA VAMOS FALAR DE NOVIDADE NO GÊNERO MÁQUINA NOS CINEMAS?

Se preparem, por que aí vem Alita, o novo longa do James Cameron (Avatar, O Exterminador do Futuro). Só de ver o trailer deste filme recentemente, eu já me arrepiei e pensei nesta pauta da coluna.

Alita: Battle Angel (Alita: anjo de combate), é o filme que reafirma a parceria de James com Jon Landau, e trás uma história baseada num mangá de Yukito Kishiro. O cenário é pós-apocalíptico, bem ao estilo Mad Max, onde humanos e ciborgues convivem. E minha gente, eu já estou doida para ver isso, as cenas prometem show de ação e tecnologia. Já quero conferir!

Foto: Google Imagens/Reprodução
Trailers:

Her: https://www.youtube.com/watch?v=hX09Kz7BAlU
Ex-Machina: https://www.youtube.com/watch?v=HtBuBJxDlU8

A.I.: https://www.youtube.com/watch?v=_19pRsZRiz4

Alita: https://www.youtube.com/watch?v=8YSawlcNlss

Estreias da semana:

Tomb Raider: A Origem: https://www.youtube.com/watch?v=gvS1jR7Bdlg

Em pedaços: https://www.youtube.com/watch?v=b1RksFr_PJI&t=10s

Maria Madalena: https://www.youtube.com/watch?v=L8u8QkIy7es

12 Heróis: https://www.youtube.com/watch?v=gJDI0aYrwwY


*MAIARA LIMA é estudante de Letras da UFPE, professora de Língua Portuguesa e Espanhola, Redação e Literatura e completamente apaixonada por Cinema e Literatura Comparada. Ela escreve todas as sextas-feiras aqui para o Blog MAIS CASINHAS. Contato: may.borgesl2@gmail.com