Especial para o blog
Olá, vim esta semana tardiamente (por problemas técnicos), postar mais esta coluna da FSA. E já que vamos estar em clima de "Semana Santa", no calendário religioso, nada mais justo que ter uma pauta voltada para o universo religioso nos cinemas, mas basicamente, as últimas super produções deste gênero e seus acertos e erros. Eu sinceramente gosto muito de discutir e dialogar sobre religiões, então, particularmente, este assunto é de meu agrado.
Olá, vim esta semana tardiamente (por problemas técnicos), postar mais esta coluna da FSA. E já que vamos estar em clima de "Semana Santa", no calendário religioso, nada mais justo que ter uma pauta voltada para o universo religioso nos cinemas, mas basicamente, as últimas super produções deste gênero e seus acertos e erros. Eu sinceramente gosto muito de discutir e dialogar sobre religiões, então, particularmente, este assunto é de meu agrado.
Nos últimos tempos tivemos uma oferta de produções que adaptavam alguns épicos da bíblia, "Noé" e "Êxodo: Deuses e Reis", narram a história de dois personagem bíblicos significativos, Noé, como o próprio nome do filme sugere e Moisés, herói do povo hebreu, respectivamente. Vou começar falando destes dois, para integrar o épico "Ben-Hur" e encerrar com o lançamento recente nas telonas de "Maria Madalena".
Em Noé, eu tenho uma observação inicial para fazer, ele é dirigido por Darren Aronofsky (Cisne Negro, Mãe!), e por isso você tem que esperar um filme que trás uma visão bem pessoal do diretor com relação a história de Noé. A principal característica dele é ser um cineasta que alguns chamam de "personalista", digamos assim, pois dá aos seus filmes seu toque pessoal e sua visão dos temas tratados. Outra coisa a esperar é um filme com um visual poderosíssimo. A principal discussão religiosa que o diretor quer passar com este filme e sua visão pessoal da coisa toda é bem simples e para mim faz todo sentido. Ele indaga se uma pessoa com uma fé tão inabalada e sem contestações, conseguiria reagir sempre de maneira sã, tomando decisões lucidamente. Essa é a pergunta que o diretor tenta resolver durante o filme, e a discussão entre pilares da fé e os limites da sanidade e lucidez está lançada. O filme é muito bom, eu recomendo.
Em Êxodo: Deuses e Reis, eu já tenho uma opinião diferente. O diretor é o Ridley Scott, que em sentido de trabalho que pode se assemelhar a este filme só tem Gladiador (2000) no currículo, mas o ruim é que Gladiador é maravilhoso, já esse é outra história. Então, eu quis ir no cinema ver o que ele estava pretendendo ao assumir a direção de um filme épico religioso. Eu não gostei do resultado. Duvido que quem conhece a história de Moisés goste do resultado, principalmente na parte que ele apresenta a cena mais esperada da narrativa, que é a abertura do Mar Vermelho. O que o diretor de Noé faz sobre usar a linha de interpretação pessoal para seu filme funciona, mas Scott vem com uma proposta de "se aquilo fosse acontecer, seria mais possível assim", e isso não agrada. Para mim ficou uma confusão, mas pelo menos o figurino está bonito. Os atores até tentam, mas o roteiro não ajudou, de verdade.
Eu saí com uma visão do Moisés tão diferente do que tinha visto antes, mas isso poderia ser um ponto positivo, o problema é que as histórias da bíblia são tão ficcionais para a realidade, que quando você decide amarrar coisas de maneira mais verossímil pode acabar contando outra história, criando outra coisa, desconstruindo tudo, mas tentando prender àquilo que você desconstruiu. Poderia ter sido bom, mas vale uma olhada nos efeitos e sequências. Só não espere muita semelhança. Essa disputa é entre Deuses e Reis, mas os Deuses não tem nenhuma menção ao Deus de fato, está mais para "treta" e disputa de poder entre dois irmãos.
Em Noé, eu tenho uma observação inicial para fazer, ele é dirigido por Darren Aronofsky (Cisne Negro, Mãe!), e por isso você tem que esperar um filme que trás uma visão bem pessoal do diretor com relação a história de Noé. A principal característica dele é ser um cineasta que alguns chamam de "personalista", digamos assim, pois dá aos seus filmes seu toque pessoal e sua visão dos temas tratados. Outra coisa a esperar é um filme com um visual poderosíssimo. A principal discussão religiosa que o diretor quer passar com este filme e sua visão pessoal da coisa toda é bem simples e para mim faz todo sentido. Ele indaga se uma pessoa com uma fé tão inabalada e sem contestações, conseguiria reagir sempre de maneira sã, tomando decisões lucidamente. Essa é a pergunta que o diretor tenta resolver durante o filme, e a discussão entre pilares da fé e os limites da sanidade e lucidez está lançada. O filme é muito bom, eu recomendo.
Foto: Google Imagens/Reprodução |
Foto: Google Imagens/Reprodução |
Agora eu vou chegar a um ponto muito positivo destes filmes. A nova adaptação de Ben-Hur. Para quem não conhece, Ben-Hur é uma espécie de Spin-off* da bíblia. Este filme é uma releitura da sua versão de 1959, nele nós temos a história de um mercador judeu, que após se desentender com seu amigo Messala (chefe das legiões romanas na cidade), acaba sendo condenado a viver como um escravo. Mas logo surge a oportunidade dele se vingar. Neste filme nós temos uma diferença bem significativa comparado a primeira versão, em ambos há a presença da figura de Jesus Cristo, mas no filme de 1959, o diretor escolhe não mostrar a face do personagem, o que é bem diferente da nova versão, onde não só vemos Jesus, mas conhecemos um lado pouco retratado na bíblia, o lado do homem, do carpinteiro, e isso é muito interessante.
A trama do filme não trás Jesus no papel principal, mas ele é significativo para a formação da consciência de Ben-Hur. E quem atua no papel de Jesus é o brasileiro Rodrigo Santoro, que, na minha humilde opinião, está excelente nesta composição do Jesus mais humano. Vale muito conferir tudo isso, e o filme é um escândalo de tão bem dirigido pelo Timur Bekmambetov (O Procurado, 2008), um épico maravilhoso, sem dúvidas.
Foto: Google Imagens/Reprodução |
E se você tem um tempinho de ir ao cinema nesta "Semana Santa", pode conferir de perto o filme em cartaz de Maria Madalena. Eu não vou falar muito deste filme, por duas razões, a primeira é que eu não o vi ainda e a segunda é que tudo o que eu diria seria especulação. Em síntese, ele vai contar a história de Maria Madalena, a única discípula mulher de Jesus Cristo, é o segundo filme diretor Garth Davis, que estreou nos cinemas com "Lion: uma jornada para casa" (aliás, um filmaço). Então, eu espero um filme, pelo menos, muito bonito visualmente, com um bom elenco e com algo novo nesta narração bíblica. Um novo olhar sobre a história da "meretriz" salva por Jesus. E vocês, também ficaram tentados?
Foto: Google Imagens/Reprodução |
Noé: https://www.youtube.com/watch?v=jLeE9OmyBg4
Êxodo: Deuses e Reis: https://www.youtube.com/watch?v=jexNaaN6v04
Ben-Hur: https://www.youtube.com/watch?v=QZbukl9Sxv4
Maria Madalena: https://www.youtube.com/watch?v=L8u8QkIy7es
Êxodo: Deuses e Reis: https://www.youtube.com/watch?v=jexNaaN6v04
Ben-Hur: https://www.youtube.com/watch?v=QZbukl9Sxv4
Maria Madalena: https://www.youtube.com/watch?v=L8u8QkIy7es
Estreias da semana:
Com Amor, Simon (Love, Simon). https://www.youtube.com/watch?v=H0ByZNE6LQ4
Círculo de Fogo 2: A Revolta (Pacific Rim 2: Uprising). https://www.youtube.com/watch?v=CVwG8htrRYI
A Melhor Escolha (Last Flag Flying). https://www.youtube.com/watch?v=89cpVDjEyFI
Pedro Coelho (Peter Rabbit). https://www.youtube.com/watch?v=2yidcelgers
Por Trás Dos Seus Olhos (All I See Is You). https://www.youtube.com/watch?v=rLZSposqiPM
Com Amor, Simon (Love, Simon). https://www.youtube.com/watch?v=H0ByZNE6LQ4
Círculo de Fogo 2: A Revolta (Pacific Rim 2: Uprising). https://www.youtube.com/watch?v=CVwG8htrRYI
A Melhor Escolha (Last Flag Flying). https://www.youtube.com/watch?v=89cpVDjEyFI
Pedro Coelho (Peter Rabbit). https://www.youtube.com/watch?v=2yidcelgers
Por Trás Dos Seus Olhos (All I See Is You). https://www.youtube.com/watch?v=rLZSposqiPM
*Spin-off: aqui seria uma história derivada do período ou contexto da bíblia, uma vez que a história de Ben-Hur, se passa entre a vida e morte de Jesus Cristo.