Miranda morreu na noite desta quinta-feira 22 após um mal súbito (Divulgação/Reprodução) |
De CARTA CAPITAL
charlesnasci@yahoo.com.br
O rock brasileiro já viveu dias melhores. Na noite desta quinta-feira 22, morreu, aos 56 anos, Carlos Eduardo Miranda, produtor musical que descobriu e moldou alguns dos maiores talentos do estilo no País. Reconhecido pelo grande público como jurado do programa Ídolos, do SBT, e por trabalhos com nomes de sucesso comercial como Raimundos, O Rappa e Skank, Miranda foi principalmente uma ponte para o rock independente nacional tentar, e muitas vezes conseguir, furar as bolhas e os padrões repetitivos da indústria musical.
O rock brasileiro já viveu dias melhores. Na noite desta quinta-feira 22, morreu, aos 56 anos, Carlos Eduardo Miranda, produtor musical que descobriu e moldou alguns dos maiores talentos do estilo no País. Reconhecido pelo grande público como jurado do programa Ídolos, do SBT, e por trabalhos com nomes de sucesso comercial como Raimundos, O Rappa e Skank, Miranda foi principalmente uma ponte para o rock independente nacional tentar, e muitas vezes conseguir, furar as bolhas e os padrões repetitivos da indústria musical.
Sua morte, ocasionada por um mal súbito, deixa vários artistas e fãs brasileiros órfãos de uma referência na descoberta e na criação da trilha sonora de diversas gerações. A capacidade de reconhecer potencial em Miranda relevou-se inicialmente nos textos sobre bandas independentes que escrevia para a extinta revista Bizz. Ao menos duas cenas musicais brasileiras o impressionaram naqueles anos: o manguebeat de Pernambuco e a segunda onda do Rock de Brasília.
Em 1994, o produtor criou junto com integrantes dos Titãs o Banguela Records, ligado à Warner Music Brasil. Apesar de integrar uma grande gravadora, o selo apostou em bandas que em nada pareciam com os grupos da década anterior. Às vezes introspectivo, às vezes político, o rock no início dos anos 1980 no Brasil era mais apegado a influências estrangeiras. Renato Russo não negava sua inspiração em Ian Curtis, do Joy Division. A Plebe Rude reverenciava The Clash. O Ira! lembrava muito The Jam.
As bandas de 1994 descobertas pelo Banguela pareciam-se menos com suas referências. Para além das letras, o rock brasileiro encontrava uma nova cara ao rejeitar a pureza de seus formatos tradicionais. No Distrito Federal e Pernambuco, o que unia bandas era sua capacidade de ampliar as fronteiras do estilo. Enquanto o manguebeat sentia-se livre pra fundir inúmeras referências de rock internacional e brasileiro com o maracatu, as bandas do Distrito Federal também não tinham qualquer pudor.
As bandas de 1994 descobertas pelo Banguela pareciam-se menos com suas referências. Para além das letras, o rock brasileiro encontrava uma nova cara ao rejeitar a pureza de seus formatos tradicionais. No Distrito Federal e Pernambuco, o que unia bandas era sua capacidade de ampliar as fronteiras do estilo. Enquanto o manguebeat sentia-se livre pra fundir inúmeras referências de rock internacional e brasileiro com o maracatu, as bandas do Distrito Federal também não tinham qualquer pudor.
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