Eles chamam processo contra ex-presidente de "kafkiano" e pedem para comunidade internacional considerá-lo um "preso político" |
De CARTA CAPITAL
charlesnasci@yahoo.com.br
Mais de 300 acadêmicos e intelectuais renomados assinaram um manifesto para pedir a libertação do ex-presidente Lula. Entre os signatários, há nomes como o economista francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis e o filósofo esloveno Slavoj Žižek. No manifesto, os intelectuais afirmam que Lula é um preso político e pedem para a comunidade internacional tratá-lo desse forma. Na petição, eles chamam o processo contra o ex-presidente de "kafkiano".
Mais de 300 acadêmicos e intelectuais renomados assinaram um manifesto para pedir a libertação do ex-presidente Lula. Entre os signatários, há nomes como o economista francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis e o filósofo esloveno Slavoj Žižek. No manifesto, os intelectuais afirmam que Lula é um preso político e pedem para a comunidade internacional tratá-lo desse forma. Na petição, eles chamam o processo contra o ex-presidente de "kafkiano".
O texto afirma que Sérgio Moro desconsiderou a falta de provas ao condenar o ex-presidente. "O magistrado escolheu o réu e, atuando como investigador, promotor e juiz, condenou-o por ter cometido ‘atos de ofício indeterminados de corrupção’." Os signatários lembram ainda das "táticas" para manter o caso do ex-presidente sob a jurisdição de Moro. Eles mencionam a divulgação ilegal de uma conversa telefônica entre Dilma Rousseff e Lula em 2016 e alegação "sem provas" do magistrado de que ela revelava uma "obstrução da Justiça".
Os intelectuais também recordam que o Tribunal Federal da 4ª Região considerou que a Operação Lava Jato era “excepcional” e que as regras “ordinárias” não se lhe aplicavam. Os intelectuais lembram ainda a afirmação de Rosa Weber, durante o julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal, de que teria votado de outra forma se a Corte "estivesse analisando a questão constitucional em abstrato". Há menções ainda à pressão do general Eduardo Villas Bôas, Comandante do Exército, nas vésperas do julgamento.
Eles concluem que os abusos do poder judiciário contra Lula "configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal". "Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a democracia brasileira. Os defensores da democracia e da justiça social no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul do globo, devem se unir a um movimento mundial para exigir a libertação de Lula da Silva."