Subscribe:
.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Pesquisa aponta que cidades com prefeita, em vez de prefeito tiveram 43% menos vítimas da Covid-19 no Brasil


Do DIARIO DE PERNAMBUCO - João Alberto
charlesnasci@yahoo.com.br

Analisando o combate dos países na pandemia da Covid-19, como o de Jacinda Arden, primeira-ministra da Nova Zelândia e de outras governantes mulheres como as líderes de Bangladesh e Taiwan, quatro economistas perceberam uma só conclusão e decidiram investigar: lugares geridos por mulheres conseguiram controlar melhor a crise sanitária mundial. A Nova Zelândia, por exemplo, teve apenas 26 mortes. "A gente decidiu investigar se ter uma mulher na gestão da crise sanitária poderia levar a uma diferença das políticas públicas adotadas e causar desfechos melhores do que ter um homem nessa mesma função", explica o economista Raphael Bruce, do Insper.

O trabalho, que foi feito com base nas cidades do Brasil, pela Universidade de São Paulo e a Universidade de Barcelona, constatou que onde as mulheres comandam a gestão, houveram 44% menos mortes e 30% menos internações. Intitulado "Sob pressão: a liderança das mulheres durante a crise da covid-19", a pesquisa oferece a primeira evidência de que ter mulheres no poder durante uma pandemia literalmente salva mais vidas.

Foram analisadas questões como posicionamento na obrigatoriedade do uso de máscaras, a não interferência de perfil ideológico nas medidas gerais, firmeza em discursos, entre outras questões. Algo que também chamou atenção foi o histórico feminino na carreira política. "Talvez as mulheres prefeitas acabem tomando melhores decisões sob pressão porque já enfrentam mais pressão e desafios adicionais na carreira política. Mas esse é um aspecto não observável da realidade", disse Bruce.