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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Em Pernambuco, Lula ignora conflitos locais de olho em 2022


Do DIÁRIO DO NORDESTE - Inácio Aguiar
charlesnasci@yahoo.com.br

O ex-presidente Lula foi pragmático logo no início de sua passagem pelo Nordeste, em Pernambuco, na viagem de pré-campanha do ex-presidente, de olho em 2022. Em Recife, há um dos principais focos de conflito entre petistas e possíveis aliados no próximo ano. Lá, na disputa do ano passado pela Prefeitura da Capital, Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), que são primos e herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, fizeram uma campanha ríspida e dura, principalmente, no segundo turno. O racha ficou explícito.

Campos, que acabou eleito, utilizou artilharia pesada para desqualificar o petismo local. Até hoje, alguns aliados de Lula não engolem. Mas o líder maior petista, a exemplo do que tem marcado sua trajetória política, deu pouquíssima atenção a isso. O ex-presidente participou de jantar com as lideranças do PSB, inclusive o governador Paulo Câmara e o prefeito João Campos. Lula, que publicou foto ao lado dos dois, quer o apoio do PSB em 2022 para a campanha presidencial. O resto é menor.

Paulo Câmara, por sinal, tem sido um interlocutor de Lula no partido. O arranjo para a parceria local requer ajustes. Não é tão simples, mas Lula demonstra que é possível, muitas vezes contrariando as circunstâncias locais. Câmara defendeu uma frente ampla de esquerda, pouco provável, pelo menos por enquanto.

ARTICULAÇÃO PRESIDENCIAL

Em 2018, em uma articulação de dentro da carceragem da Polícia Federal, onde estava preso por condenação na Lava-Jato, Lula costurou um acordo com o PSB, para que o partido ficasse neutro no embate pela Presidência, evitando o apoio a Ciro Gomes e facilitando o caminho para Fernando Haddad chegar ao segundo turno. Na ocasião, o arranjo local rifou a pré-candidatura de Marília Arraes e abriu caminho para a reeleição de Câmara.