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sábado, 25 de setembro de 2021

Alexandre Garcia x CNN: liberdade de opinião, mas nem tanto


De O PODER - José Nivaldo Junior
charlesnasci@yahoo.com.br

Hoje, sou diretor de um veículo de comunicação, projeto que não estava nos meus planos lá atrás. Este O PODER, que cada dia mais se consolida como um veículo inovador e dinâmico, me colocou na situação de compatibilizar a linha editorial do veículo com a diversidade de pensamentos. Temos opiniões mas acolhemos e estimulamos a diversidade. No limite, registramos em nota após algum artigo, que não concordamos com a linha defendida mas publicamos, respeitamos e estimulamos a pluralidade de ideias. Nossos colunistas têm a mais ampla liberdade para expressar suas opiniões. Assinado, pode tudo. Não assinado, segue a linha editorial. Essa é a regra. Que a CNN não conseguiu respeitar.

PENSAMENTO ÚNICO

Acolher a diversidade, nos tempos de hoje, não é fácil. O progresso tecnológico não foi acompanhado pelo avanço da liberdade de expressão e da pluralidade das ideias. Coisas que aconteceram 500 anos atrás, na época do Renascimento, hoje seriam impensáveis. Vou apenas citar um exemplo: imagine um artista pintar o teto de uma igreja com figuras humanas despidas, como Miguel Ângelo fez no teto da Capela Sixtina, em pleno Vaticano. E pintou também um Deus nu e irado, condenando a maioria da humanidade ao inferno. Hoje, antes de terminar a obra, seria interrompido e demitido. Como Alexandre Garcia foi ontem, por muito menos.

CRIMES EM NOME DA CIÊNCIA

Sou um defensor ferrenho do progresso da ciência e, ao mesmo tempo, cerrado crítico de quem pretende converter pressupostos científicos em dogmas. Ciência, por definição, é movimento. É portas abertas para todas as hipóteses. Qualquer verdade científica é provisória. Quantas verdades de ontem são inaceitáveis hoje? E os parâmetros científicos vão e vêm. Um exemplo: 1.500 anos após Eratóstenes, lá no Egito Antigo, provar que a terra é curva e calcular com precisão a circunferência do planeta, Galileu Galilei teve que dizer que ele era imóvel para escapar da fogueira. Quem se apropria do nome da ciência para impor "verdades" frauda a própria ciência e o espírito que a impulsiona. Tal como fez a CNN ontem.

QUEM DOTA, VOTA

Virou moda, nos sombrios tempos que vivemos, transformar "não comprovado cientificamente" em anátema. Ora, queridos leitores, durante milhões de anos a gravidade não era cientificamente comprovada. Nem a existência do átomo. Nem o movimento das galáxias. Hipóteses muitas vezes combatidas anteontem, viraram verdades ontem. O que se combate hoje pode ser admitido amanhã. Defender com ênfase o que acredita não é impedir o debate. Mas, repito, a humanidade regrediu no capítulo respeito ao pensar diferente. Criticamos no Ocidente os fundamentalismos orientais mas praticamos coisas semelhantes.

Já denunciei aqui muitas vezes que a grande indústria farmacêutica exerce um tremendo poder sobre a grande mídia e órgãos internacionais. Ou seja, sobre o pensamento oficial, difundido e imposto através de permanente catequese inquisitorial. Basta dizer que o maior investidor em laboratórios do mundo, o notório Bill Gates, doa cerca de 70% do orçamento da OMS. Que dita o que é certo ou errado no combate à Covid.

VACINA SIM

A vacina é até agora o melhor caminho para o enfrentamento do vírus maldito. Porém não é panaceia. Quando eu disse isso, fui acusado de sabotar a vacina. Nada a ver. Esta semana, grupos de deputados de diversos países europeus questionaram seus governos sobre o porque tantas pessoas estão morrendo após a segunda dose. Alguém teve acesso a esta notícia? Foi divulgado por aqui? Mea culpa. Nem O PODER falou nisso até agora. Estamos falando.

TRATAMENTO PRECOCE

Não tem comprovação. Nem deixa de ter. Estudos internacionais usaram de todos os truques para viciar as amostras e levantar uma suposta ameaça à saúde embutida em medicamentos de uso pacífico quase secular. Alexandre Garcia sequer defendeu, até onde entendi o seu comentário, o tratamento precoce contra a Covid. Apenas levantou, repito, pelo que entendi, que ele não podia ser descartado. Foi interrompido e demitido.

A PERGUNTA QUE NÃO CALA

Aproveito o mote para, combatendo como combato durante toda a vida, todas as formas de patrulhamento de ideias, lançar uma pergunta que é mosca na sopa dos sepulcros caiados, falsos donos da verdade. Uma pergunta metodológica, uma forma de buscar a verdade. Que, registre-se, nada tem a ver com a importância da vacinação. Aliás, criou-se uma falsa dicotomia tratamento precoce X vacina. Um não exclui a outra e vice-versa.

O que leva ao desafio de, sem ódio e sem medo, inverter o ângulo como a questão é abordada. E ousar formular a pergunta que falta ser feita e investigada: quantos dos quase 600 mil brasileiros mortos tomaram os medicamentos do tratamento precoce, administrados por médicos criteriosos, na hora adequada para sua aplicação? Quantos? Essa é uma indagação instigante, verdadeiramente cientifica, para quem busca a verdade sem preconceitos.