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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

O 'casamento de fachada' entre PT e PSB


Do BLOG DE MAGNO MARTINS
charlesnasci@yahoo.com.br

PT e PSB vivem um casamento de fachada há muito tempo. Quando os interesses são recíprocos, fingem lua de mel, muito mais para fel. Na medida em que deixam de falar a mesma língua, consequência de crises geradas pelos mesmos negócios contrariados, a separação bate à porta, nunca descambando para o divórcio. Em 2020, os recifenses acompanharam de perto PT e PSB guerreando, mais um capítulo sem divórcio passado em cartório, porque agora, com o padre casamenteiro Lula da Silva, voltaram a um casamento do faz de conta.

As crises conjugais não se restringem ao território pernambucano. Ontem, no Rio, PT e PSB voltaram a conviver em camas separadas. São iguais àquele casamento na vida real mantido entre tapas e beijos. Mais tapas do que beijos. Num áudio que vazou pelas redes sociais, a deputada Benedita da Silva, uma das principais lideranças petistas do Rio, tornou público uma espécie de lavagem de roupa suja da desgastante relação PT x PSB. Tudo porque o PSB, olho grande, vale a ressalva, não cumpriu com a palavra de ceder a vaga ao Senado ao PT. "Sacrificado", o ex-presidiário, candidato ao Planalto, terá que subir em dois palanques naquele Estado.

Casamento sem amor, apenas de mero interesse, é assim: tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano. PSB e PT praticam e ensinam a pior das políticas, a de que a política não é a moral, ela se ocupa apenas do que é oportuno. Foi assim, em Pernambuco, quando se juntaram para reeleger Paulo Câmara, o pior governador do Estado, e Humberto Costa, senador anão.

Já ouvi que, em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades falsas, uma praga tal que os mais sábios aconselham a não se meterem nela. Dizia Nelson Rodrigues que não há nada mais cretino e mais cretinizante do que a falsa relação política, porque provoca a paixão amarga da política. "É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem", ensinou.