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domingo, 19 de novembro de 2023

Argentina tem eleições neste domingo com inflação e pobreza em alta


Do PODER360
charlesnasci@yahoo.com.br

A Argentina pode eleger neste domingo (19.nov.2023) o candidato de direita Javier Milei ou o governista Sergio Massa. Quem sair vitorioso do pleito, assumirá o comando do país com uma inflação explodindo e pobreza alta. A dívida bruta do país supera 88% do PIB (Produto Interno Bruto) e é predominantemente em moeda estrangeira. O cenário de caos econômico pode ser um fator determinante para uma possível derrota do candidato governista Sergio Massa, que é o ministro da Economia da Argentina.

Ex-presidentes de países latinos, entre eles Mauricio Macri –que foi chefe do Executivo do país de 2015 a 2019 –, declararam apoio a Milei para romper o "regime kirchnerista". A inflação da Argentina é maior dos países do G20. A taxa anualizada (acumulada em 12 meses) foi de 142,7% em outubro. Esse é o maior patamar em 32 anos. A inflação do país só é inferior a da Venezuela (333%).

A perda do poder de compra levou o país a ter 40,1% da população em situação de pobreza. No 2º semestre, havia 11,8 milhões de pessoas que não tinham dinheiro suficiente para custear as próprias despesas. Para tentar controlar a trajetória explosiva de inflação, o Banco Central da Argentina aumentou a taxa de juros para 133% ao ano em 13 de outubro. Está acima de 3 dígitos desde agosto deste ano.

PESQUISAS

Milei é o representante da coalizão La Libertad Avanza. Segundo as pesquisas de intenção de voto, ele aparece à frente de seu oponente em 4 levantamentos. Outros 7 mostram empate técnico dentro da margem de erro. Massa é apoiado pelo atual presidente da Argentina, Alberto Fernández. Com o enfraquecimento da popularidade do governo atual, por causa da crise econômica, Fernández desistiu de disputar a reeleição. A vitória de Milei pode interromper o ciclo de governos peronistas no país.

O peronismo tem como inspiração o militar e político argentino Juan Domingo Perón (1895-1974), que foi presidente em 3 períodos: 1944-1945, 1946-1955 e 1973-1974. A agremiação oficial do peronismo é o Partido Justicialista. Depois de Perón, outros seguidores estiveram à frente da Casa Rosada, como Isabelita Perón (1974-1976), Carlos Menem (1989-1999), Eduardo Duhalde (2002-2003), Néstor Kirchner (2003-2007), Cristina Kirchner (2007-2015) e Alberto Fernández (desde 2019). Nesta eleição de 2023, o peronismo tem como candidato Sergio Massa.

Candidato de direita, Mauricio Macri foi eleito em 2015 e interrompeu a sequência de governos no país. O mandato foi marcado por um aumento da dívida pública e um empréstimo de US$ 57 bilhões junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Em 2019, deixou o cargo para Alberto Fernández assumir. O peronista não reverteu a piora econômica, que acentuou até 2023.