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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Israel quer reunião para cobrar governo após falas de Lula sobre Gaza


Da VEJA
charlesnasci@yahoo.com.br

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse neste domingo, 18, que mandou convocar uma reunião com o embaixador do Brasil em Tel Aviv para manifestar repúdio às declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que comparou as ações do governo israelense na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler no Holocausto, período em que 6 milhões de pessoas foram assassinadas, entre 1941 e 1945
. Para Katz, as palavras de de Lula foram "vergonhosas e graves". "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender", afirmou o ministro.

"Mandei o pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de reprimenda", completou. A tal chamada está prevista para esta segunda-feira, 19. Lula fez essa declaração durante entrevistas a jornalistas no hotel onde está hospedado em Adis Adeba, capital da Etiópia. Lá, o presidente cumpriu seu último dia de compromissos oficiais na África. Lula discursou durante a abertura da cúpula da União Africana. "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o presidente brasileiro.

As declarações do petista também provocaram reação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Comparar Israel ao Holocausto nazista de Hitler é cruzar a linha vermelha", disse o primeiro-ministro. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu uma nota na qual condenou a comparação feita por Lula. Para a entidade, o governo tem adotado uma postura desequilibrada sobre esse assunto e pediu moderação para as autoridades. A Federação Israelita do Estado de São Paulo também criticou Lula. "Comparar a legítima defesa do Estado de Israel contra um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade sem fim", diz o texto.