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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Nas eleições para prefeito, a força das máquinas administrativas


Do CORREIO BRAZILIENSE
charlesnasci@yahoo.com.br

Dos mais de cinco mil municípios brasileiros, em apenas 51 — incluindo 15 capitais — os eleitores tiveram de voltar às urnas, neste domingo, para definir o pleito para prefeito. Esses colégios eleitorais somam quase 40 milhões de pessoas aptas a votar, ou pouco mais de 25% do eleitorado brasileiro de 156 milhões de eleitores e eleitoras.

Assim que as urnas foram fechadas, em um dia tranquilo na maioria das cidades, os resultados confirmaram o que o primeiro turno já havia sinalizado: o peso das máquinas municipais foram determinantes. Entre os mais de três mil prefeitos que tentaram a reeleição no primeiro turno, 80% obtiveram êxito. Nas capitais, 10 prefeitos ganharam mais quatro anos de mandato, em 6 de outubro, enquanto quatro não chegaram sequer ao segundo turno.

Neste domingo, foi a vez das 15 capitais que adiaram a decisão. Em seis, a taxa de sucesso dos atuais incumbentes que tentavam permanecer no cargo até 2028 foi de 100%. Todos se reelegeram. Nas outras nove capitais, a vitória ficou, na maioria delas, com candidatos apoiados pelo atual prefeito ou pelo governador do estado. O peso das máquinas (municipais e estaduais) foi determinante. Além dos reeleitos, seis candidatos venceram a disputa com apoio político — e investimentos públicos — do atual prefeito ou do governador, sinalizando a opção do eleitorado pelo continuísmo administrativo.

Mesmo assim, o desfecho do segundo turno das eleições foi acompanhado com ansiedade nas oito capitais em que as pesquisas de intenção de voto apontavam empate técnico. Esta foi a eleição do Centrão, em que as forças de centro e de direita prevaleceram com folga sobre os candidatos do chamado campo progressista, a esquerda tradicional.