De O PODER
charlesnasci@yahoo.com.br
A Rússia pode estar prestes a transformar a exploração espacial com um motor que promete reduzir drasticamente o tempo de viagens interplanetárias. Cientistas da Rosatom, a gigante estatal russa de energia nuclear, anunciaram a conclusão de um protótipo funcional de um motor de foguete elétrico de plasma, uma tecnologia que pode encurtar significativamente o tempo de viagem a Marte.
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A Rússia pode estar prestes a transformar a exploração espacial com um motor que promete reduzir drasticamente o tempo de viagens interplanetárias. Cientistas da Rosatom, a gigante estatal russa de energia nuclear, anunciaram a conclusão de um protótipo funcional de um motor de foguete elétrico de plasma, uma tecnologia que pode encurtar significativamente o tempo de viagem a Marte.
REDUÇÃO DE TEMPO
"Hoje, uma viagem a Marte leva quase um ano, expondo os astronautas a altos níveis de radiação cósmica. Motores de plasma podem reduzir esse tempo para 30 a 60 dias, tornando possíveis missões de ida e volta significativamente mais seguras", afirmou Alexey Voronov, vice-diretor de ciência do Instituto de Pesquisa da Rosatom.
NOVO MODO
O motor da Rosatom é projetado para operar em um modo pulsado-periódico, alcançando 300 kW de potência média, um nível que permite acelerar espaçonaves para velocidades muito superiores às já conhecidas. O motor também prevê uma aceleração mais suave e segura para os astronautas e os equipamentos.
MAIS IMPULSO
"Em unidades de energia tradicionais, a velocidade máxima do fluxo de matéria é de cerca de 4,5 km/s, o que é limitado pela combustão do combustível. Em nosso motor, as partículas carregadas são aceleradas por um campo eletromagnético, o que permite velocidades muito maiores", diz Voronov. Segundo ele, a nova propulsão oferece um impulso de mais de 100 km/s, eficiência de combustível até dez vezes superior à dos motores convencionais e um empuxo de pelo menos 6 Newtons.
BANCO DE TESTES
A tecnologia já é estudada há décadas, mas os recentes avanços da Rosatom colocam a Rússia em uma posição privilegiada na corrida pela exploração do espaço profundo. A estatal já iniciou a construção de um banco de testes experimental em Troitsk, nos arredores de Moscou, para avaliar o desempenho do motor em condições simuladas do espaço. O laboratório contará com uma câmara de vácuo de 14 metros de comprimento e 4 metros de diâmetro, projetada para replicar as condições de vácuo e temperatura do espaço sideral.
TESTES
Os testes começam ainda em 2025, com o objetivo de validar o uso do motor em missões interplanetárias. Caso a tecnologia se prove eficaz, poderá ser integrada a rebocadores espaciais nucleares, espaçonaves para exploração do espaço profundo e até mesmo missões tripuladas para Marte. Se os novos motores russos forem bem-sucedidos, os obstáculos logísticos para a colonização do planeta tende, a diminuir significativamente.