Tem que ser do ramo

Do DIARIO DE PERNAMBUCO - Dantas Barreto
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Num curto espaço de quatro dias, dois prefeitos de cidades importantes do interior pernambucano anunciaram que não tentarão a reeleição neste ano. O primeiro foi Fábio Aragão (PSD), de Santa Cruz do Capibaribe. Alegou que ouviu orientações de Deus, e por ser adventista disse que teria de sugui-las. Aragão tem uma gestão aprovada e, apesar de ter concorrentes de peso, era considerado favorito na disputa.

Depois, foi a vez de Wellington Maciel (MDB), de Arcoverde, comunicar que desistiu da disputa eleitoral. Mas ao contrário de Fábio Aragão, a situação do arcoverdense é justamente o contrário. Wellington tem uma gestão reprovada e dificilmente renovaria o mandato. Mas em comum entre os dois prefeitos é que não são do ramo da política. Ambos atuam na área empresarial há muito tempo, estavam acostumados a tomar decisões com respostas mais imediatas, gastar o que realmente é possível e lidar com pessoas conforme a importância dos negócios.

Na politica, se depararam com uma vida que não estavam acostumados e, pelo visto, não se adaptaram. O próprio Wellington Maciel foi claro ao reconhecer que a política é "tortuosa e desleal" e que não se sujeitaria a negociar os seus princípios. Agora, os eleitores de Santa Cruz do Capibaribe têm como opções para a Prefeitura o vice-prefeito Helinho Aragão, a ex-deputada Alessandra Vieira (PL) e Alan Clemente (Novo). Em Arcoverde, a disputa promete ser acirrada entre os ex-prefeitos Madalena Brito (PSB) e Zeca Cavalcante (Podemos).