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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O triste cenário da Venezuela


Do BLOG DO MAGNO
charlesnasci@yahoo.com.br

Deplorável as cenas de violência e de horror que o mundo assiste na Venezuela no pós-eleição de Nicolás Maduro. Desde 1998, com a eleição do coronel Hugo Chávez, que morreu em 2013, a economia da Venezuela perdeu o prumo. Chávez assumiu o poder com a promessa de transformar a Venezuela em uma nação socialista – ou em seu jargão, "bolivariana", em alusão ao general Simon Bolívar (1783-1830).

Sua plataforma eleitoral se baseava na redistribuição da riqueza e na intervenção estatal na economia
. Inicialmente, o militar usou os vastos recursos petrolíferos do País para financiar programas sociais, o que resultou em melhorias significativas nos indicadores de pobreza e desigualdade. No entanto, a dependência excessiva do petróleo criou vulnerabilidades econômicas, especialmente devido às oscilações de preços da commodity.

Chávez morreu aos 58 anos, vítima de um câncer, e foi sucedido pelo vice-presidente, o sindicalista Nicolás Maduro. Condutor de metrô em Caracas, Maduro governou com poderes especiais desde então. Em 2018 foi eleito para um mandato de seis anos em uma eleição contestada. Ele foi reeleito no domingo passado em um pleito novamente questionado pela oposição e sem transparência. Crise política à parte, sua continuidade no cargo manterá os problemas econômicos venezuelanos.

Ainda no século passado, Chávez implementou políticas de controle de preços e nacionalizou empresas privadas para além do estratégico setor do petróleo. A estatização incluiu eletricidade, telecomunicações e siderurgia. Essas nacionalizações, em muitos casos, levaram à queda da produtividade e da eficiência, devido à má gestão e à corrupção generalizada, com resultados desastrosos. Os números, apesar da escassez de estatísticas confiáveis, mostram isso. Um em cada três venezuelanos poderia ser considerado pobre. Em 2021, essa proporção havia crescido para nove em cada dez pessoas. A pobreza extrema cresceu de 11% em 2013 para 68% em 2023.