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domingo, 20 de outubro de 2024

Janja passou mais tempo fora do Brasil que Lula desde a posse


Do PODER360 - Mateus Maia e Mariana Haubert
charlesnasci@yahoo.com.br

A primeira-dama Janja Lula da Silva esteve fora do Brasil por 16 dias a mais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início do governo. No total, a socióloga já passou 103 dias em viagens internacionais para acompanhar o governante ou para representar o País em eventos oficiais. No mesmo período, seu marido viajou para o exterior por 87 dias. Em 2023, a primeira-dama acompanhou o presidente em todas as viagens internacionais realizadas. Não teve compromissos próprios fora do País. Já em 2024, Janja teve 4 eventos oficiais em que foi designada pelo presidente ou recebeu convites para representar oficialmente o Brasil.

Eis um resumo das viagens em que Janja foi sozinha ou antes de Lula:

Março – viajou aos Estados Unidos para representar o País na 68ª Comissão Sobre Mulheres da ONU (Organização das Nações Unidas), um evento sobre igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. Foi indicada na condição de socióloga e não de primeira-dama. Ficou em Nova York por 8 dias (9 a 16 de março);

Julho – foi indicada por Lula para representá-lo nos Jogos Olímpicos de Paris. Ficou na capital francesa por 4 dias (25.jul a 29.jul);

Setembro – viajou ao Qatar para participar da 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques. Foi a convite da sheika Mozha bin Nasser al-Missned. O evento foi realizado pela organização Education Above All. Ela discursou no painel "Educação em Perigo: o custo humano da guerra" e visitou uma escola para crianças refugiadas. Ficou no país por 4 dias (9.set a 10.set).

Setembro – chegou a Nova York 3 dias antes de Lula para participar de eventos prévios à reunião da Assembleia Geral da ONU. Participou de discussões na organização sobre desenvolvimento sustentável e do painel "Food for Humanity" (Alimento para a Humanidade, em tradução livre) do Fórum de Líderes Mundiais, promovido pela Universidade Columbia. No total, ficou 7 dias nos Estados Unidos (29.set a 2.out).
A primeira-dama costuma acompanhar Lula em todas as suas viagens internacionais. A única exceção desde o início do 3º mandato do petista foi a sua ida ao Chile, em agosto, quando foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Gabriel Boric. Na época, Janja não acompanhou o marido e ficou reclusa por mais de 20 dias depois de ter realizado um procedimento estético. A cirurgia nunca foi confirmada oficialmente pelo governo. Ao Poder360, a assessoria da primeira-dama disse naquele mês que ela estava fazendo aulas intensivas de inglês e francês.

VIAGENS, EPIFANIA E GAFES

Desde que foi para a França para representar o governo brasileiro na cerimônia de abertura das Olimpíadas, Janja intensificou viagens solo pelo mundo. Também ficou mais à vontade para gravar vídeos e dizer quais eram suas impressões. Em setembro de 2024, ela teve 2 compromissos internacionais separados de Lula: foi ao Qatar e chegou antes do presidente a Nova York. Ao voltar do Oriente Médio, a primeira-dama publicou um vídeo em suas redes sociais para relatar a viagem. Ela se encontrou com a sheika Moza bint Nasser, uma das 3 mulheres do sheik Hamad bin Khalifa. Também participou de um painel sobre educação em Doha.
No vídeo, Janja pareceu emocionada ao falar da visita a uma escola que abriga crianças de países em conflito, como Sudão, Síria e Afeganistão. Num tom em que parecia relatar uma epifania, ela disse que precisou ir ao Qatar para que pudesse ter "vivenciado" o sofrimento das pessoas afetadas por conflitos: "Até agora, a gente só tinha acessado as informações da Palestina pelas redes sociais, através de vídeos que nos chegam e, mesmo sabendo dos horrores que estão acontecendo na Faixa de Gaza, com o extermínio de crianças e mulheres, [eu] não tinha vivenciado essa experiência ali, com os meus próprios olhos", disse a primeira-dama.

Na sequência, a primeira-dama afirmou ser preciso "repensar a humanidade" e em qual mundo será deixado para as crianças. Com um discurso aparentemente improvisado e um pouco confuso, Janja fez uma comparação sem uma lógica muito clara com as queimadas no Brasil – foram registrados mais de 40.000 focos de incêndio só no mês de setembro. A viagem a Doha custou ao menos R$ 283,3 mil só com seguranças. Janja levou outros 4 assessores ao Qatar. No painel de viagens do MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos), a ida do grupo custou R$ 52.000, entre diárias e passagens.


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